sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tião, o cão!

Nessa loucura que nos encontramos hoje em dia, de rotinas estafantes e turbulentas, falta de tempo, acúmulo de funções, e tantos outros fatos que somados vão enlouquecendo o mundo atual, já tinha até me esquecido de como é bom cuidar de um animal de estimação. Dá trabalho, dá despesa, dá incômodo, e mesmo assim é altamente positivo e gratificante.
Trouxe pra casa um filhote com pouco menos de trinta dias. Hoje é o quarto dia que ele está fazendo parte do nosso dia a dia e já faz parte do convívio totalmente. Acordo, limpo o canil improvisado, alimento o dito cujo, ajeito os trapos que chamamos de cama, me apronto e saio para trabalhar. Ao meio-dia, retornamos, limpamos novamente, damos comida e brincamos um pouco. O bicho é uma figura! Bem como criança, não sabe o quer e tudo é novidade. Morde dedos, morde barras de calças, rosna pras cadeiras, e quando sai pra rua pegar um sol, aí sim a festa tá feita!
À noitinha, é festa de novo, chegamos, limpamos tudo mais uma vez, e vamos nos ajeitando, e ele na volta, querendo morder alguma coisa pra brincar. Fiz um mordedor de pano pra ele, mas ele não deu muita bola, pois não se mexe, e não se mexendo não tem muita graça. Quando pego na mão e brinco, aí sim, aí é o melhor brinquedo do mundo. Tava com saudades de ter um cachorro. Pudera, fazia seis anos que não convivia diariamente com um. Tô feliz em meio às pulgas, xixis, cocôs e ganidos chorosos da noite. Se bem que ele já não chorou mais, e foi apenas a terceira noite que passou conosco. E tá aprendendo rápido a fazer as necessidades no local certo. Claro, ainda faz no local errado, mas tá aprendendo. E come! Ele manda ver no cocho! Também, ele parece mais um novelo de lã com pernas que um cachorro propriamente, de tão redondo que tá.
Antes que me crucifiquem por deixar ele sozinho durante o dia, já aviso, ele fica muito bem obrigado. O espaço dele é minuciosamente farejado e percorrido durante esse tempo, os panos da cama arrastados de um lado pra outro e colocados de volta sempre. Sim, por ele mesmo. Ele gosta de variar o local da soneca do dia. Hehehe. Com disse, ele é uma figura! E tá fazendo a alegria da casa ser bem mais intensa. Se você não tem um, recomendo, ter um cãozinho faz bem!
Não pelo simples fato do animalzinho estar ali e a pessoa poder dizer “é meu”, e sim pela experiência única que esse convívio proporciona. Cachorros são fiéis, companheiros e gratos. Sentimentos um tanto escassos hoje em dia em nossa sociedade, em nossos nichos de convivência, embora ainda encontrados. Só pra frisar bem: Crie um animalzinho de estimação, mas tenha o discernimento de saber que bicho é bicho e gente é gente, não o chame de filho, nem o trate como membro da família. Trate-o com carinho e respeito, cuide bem, mantenha-o limpo e sadio, mas não se esqueça de exercer esse cuidado com pessoas também, sempre que puder!
O próximo a chegar firme pro convívio é um eqüino. Seja ele crioulo, quarto de milha, mestiço ou comum mesmo. Chega de andar engarupado incomodando a parceria, é chegada a vez de retribuir um pouco toda essa amizade e companheirismo desfrutado até então.
Poderia dizer que ele é o cara, mas não, Tião é o cão! Hehehe

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dunga é “o cara”!

Sim, provavelmente Dunga errou, como todos erram. Mais que isso, Dunga não teve a sorte que outros tiveram, não teve a sorte de ter os árbitros simpatizando com a seleção, não teve a sorte de ter seus principais jogadores em jornadas inspiradas, em dias de partidas memoráveis. Dessa vez, não teve sorte.
Mas acima de qualquer coisa, Dunga não se rendeu a mandos e desmandos de cartolas e seus “achegados”, que resolvem fazer o que bem entendem dentro de um grupo de atletas em prol de cifras e imagens. Dunga foi Homem, bancou suas convicções, impôs sua metodologia de trabalho, seus conceitos, e junto com sua equipe e comissão técnica, lutou até o final defendendo a moral, a ética, o profissionalismo e a vergonha na cara. Dunga está sendo vítima de ataques por falastrões, humoristas, jornalistas, críticos, comentaristas, dirigentes, oportunistas, apresentadores e outros de qualquer sorte, exatamente por ser diferenciado numa sociedade onde só pode e deve se dar bem os fracos de caráter, os propensos a afagos e agrados, os facilmente influenciáveis, os desconhecedores da existência da moral, da ética e dos bons costumes.
Dunga impôs respeito dentro de seu ambiente de trabalho, blindou seu grupo frente à badalação exacerbada que permeia a seleção brasileira, diminuiu os holofotes sobre seus comandados, trabalhou dentro de uma sinceridade simplista, onde trabalho é trabalho e nele não há espaço para festas e bagunças, e isso feriu os interesses de muita gente, começando pelos interesses da já combalida (do ponto de vista ético) confederação, que possui entre seus comandantes alguns dos indivíduos mais sorrateiros e perigosos da sociedade brasileira e mundial (mafiosos são temidos em qualquer lugar do mundo), e também feriu os de outras instituições de mesmo porte e envergadura. Dunga é severamente criticado, julgado e antecipadamente culpado pelo desfecho do desempenho da seleção na copa exatamente por ter aquilo está em falta em nossa sociedade: Convicções próprias. Sinceramente, é ofensivo a qualquer pessoa que tenha bom senso assistir (não somos obrigados, podemos desligar a TV) e escutar tantas pessoas desfiarem críticas como se fossem semideuses. Me fazem lembrar um velho chavão popular: “Sentado no próprio rabo fica fácil de pisar no dos outros...”
Qual a garantia que estes senhores que tecem críticas e comentários tão severos e inescrupulosos possuem, de que levando este ou aquele jogador a situação seria melhor? Que palestrando aos jogadores de outra forma o desfecho seria outro? Que tudo o que falam é lei ou é melhor do que o já feito? Disso tiro uma conclusão um tanto quanto contundente, e humildemente deixo um recado para Dunga:
Não te abatas com críticas, brincadeiras pejorativas, comentários maldosos daqueles que simplesmente vivem do trabalho dos outros. Estes, apenas podem fazer isso, falar daquilo que outras pessoas produzem, pois não são detentores de capacidade para ao menos tentar fazer.
Finalizo afirmando que Dunga está sendo “malhado” não só por ter sido eliminado de uma copa com a seleção brasileira de futebol, e sim por ter hombridade, personalidade, sinceridade e ser uma pessoa simples, que diz não sem se preocupar a quem.