domingo, 20 de setembro de 2020

Desperta em mim uma sensação diferente. O pertencimento é real. Inflama o orgulho e aflora um sentimento sublime. Planta um sorriso sincero, daqueles que se sorri com os olhos antes dos lábios, por ter a alma acariciada pela emoção. É essa diferença invisível que delimita as fronteiras entre ser e tentar ser. Aos olhos do transeunte desavisado, não haverá diferença. Não terá maneira ou meio de discernir entre um e outro. É o interior que diferencia. É o que bate no peito, o que se mira adiante e se leva na fronte que destaca. Bota e bombacha fazem parte do dia a dia. Lenço e chapéu são corriqueiros. Bons cachorros e pingos de lei são os companheiros do combate. Ou da folga deste. O pavilhão talvez não esteja tremulando, mas está lá. Emoldura a parede, adorna o móvel, embeleza o recinto. A prenda faz costado, o picumã revoa, o aroma da bóia forte instiga, a gaita e o violão sonorizam. A gurizada prende o tendéu. É o comum e normal. O diferencial tá no que se sente, tá no que se faz com isso. Essa é a essência do vinte. Esse é o motivo. Não por acaso, existe uma centelha simbolizando a data. Assim como o fogo que se acende, o sentimento incendeia, aflora, o orgulho se eleva e a estampa se eterniza nos retratos da posteridade. Mão estendida, abraço firme, partilhas, comunhão, irmandade! Família, amigos, parcerias. O ano é gaúcho. O setembro é gauchão. O vinte é gaúcho e pico! “Sirvam nossas façanhas de modelo à toda terra!”