terça-feira, 8 de novembro de 2016

À Elas!

Não sou dado à discussões sobre gênero. O faço em algumas oportunidades. Na maioria delas para tirar onda ou incomodar alguém. O que consigo na maioria das vezes. Porém, dificilmente, para não dizer nunca, essas manifestações expressam minha opinião a respeito do assunto. Convivo bem com a pecha de machista, retrógado, antiquado e afins, pois, a grande maioria das pessoas que tentam me rotular sequer se prestam para debater o assunto ou simplesmente conversar a respeito. Julgam e rotulam com base na minha maneira de vestir, forma de falar e gostos culturais. Esquecendo que o que estão fazendo é serem tão ou mais preconceituosas do que o que tanto dizem combater e não aceitar. Como o discurso se opõe à prática, deixo que se expressem e falem o que bem entenderem. Me preocupo em ser eu mesmo, não fazer mal a ninguém e sempre que possível, fazer bem. À família, aos amigos, aos colegas, aos animais (sim, a eles também!), às plantas e a quem mais puder ou precisar.
À essas que se preocupam tanto em levantar bandeiras porque fizeram delas um de seus motivos de vida, felicidades! Às que gostam de bate boca para preencher suas vidas, felicidades! Às que criticam com veemência minhas sátiras e ironias, felicidades!
À todas vocês, ofereço somente um espelho para que possam se contemplar, fitar os próprios olhos e repensar suas maneiras de discursar e agir. E nesse momento, aproveito para lhes lembrar: Falar é tão fácil que até papagaio aprende!
Enquanto se disserem feministas, combatentes da diferença de gêneros, intolerantes ao que supostamente definem como machismo, lhes lembro: Há várias atitudes que vocês não gostam, o que é plausível. Porém há muitas que deixam clara a diferença e são incentivadas por vocês mesmo. Em alguns casos nos cobram que as tenhamos. Ou nunca pediram para um homem fazer fogo? Carregar objetos pesados? Acompanhar a manutenção do carro? Falar com o pedreiro? Arrumar o jardim? Limpar a piscina? Assar o churrasco? Instalar o botijão de gás? Para ficar somente em alguns exemplos. Não acho isso errado e tampouco me importo em fazer, tanto espontaneamente quanto por pedido. O que não cabe é pregar a popular moral de cueca. Querer e bradar por igualdade total pensando somente em benesses é falácia. Aí a coisa complica. Igualdade é igualdade em tudo, para todos. Infelizmente, o mundo e nossas sociedades não são perfeitos, longe disso. E vamos continuar vivenciando atitudes grotescas, cenas dantescas e afins. Tanto de um lado como de outro. E sim, há diferenças entre os gêneros. E não são poucas. E infelizmente temos péssimos exemplos de ambos os lados. O que não dá para aceitar é um querer ou se portar como sendo superior ao outro. Isso não é legal. Não é aceitável. De resto, é zoação e gozação.
Neste ínterim, me permito um recado direto às críticas de plantão com as quais convivo e/ou tenho laços: Vocês todas, sem exceções, não são maltratadas, não são alvejadas e sequer passam por situação alguma dessa ordem quando junto de um de nós. E muito provavelmente nunca pararam para refletir o porque disso. Pois lhes explico: Porque não permitimos. Não por intimidarmos alguém ou algo do tipo. Não permitimos por nossas atitudes cotidianas e naturais de convívio. Pelo simples fato de tratarmos a todas com carinho, educação e respeito, sem importar quem seja, onde esteja e o que faça. A igualdade de tratamento entre todos é presente em nossas ações e atitudes. Aprendemos a ser assim desde sempre. Temos como um dos pilares de nossa educação de berço o respeito. E onde tem respeito muita coisa se extingue de imediato. O preconceito e a superioridade inclusive. É nosso comportamento junto e para vocês que traz essa “blindagem” invisível e protetora. Gostem ou não, é isso que acontece.
Fomos moldados dessa forma, admirando as mulheres e convivendo com elas de forma harmoniosa e amorosa. Só isso...
Portanto minhas caras, antes de sair vociferando e se enchendo de argumentos estapafúrdios e vazios, lembrem de como é bom estarmos juntos, celebrando nossa igualdade e carinho e analisem se vale a pena esses discursos inflamados sem nexo.
Guardem os mesmos para outros ambientes sociais, onde podem ser usados com a certeza de que terão um efeito bem maior.
Fica a dica!