domingo, 21 de dezembro de 2008

Sim, Todos vão!

Justamente quem nos passava imagem de perpetuação
Insignificante frente aos tantos outros bons exemplos que no transmitia,
Mas encantador, assim como sua própria pessoa.
Deixou-nos, todos boquiabertos, tanto pela forma quanto pelo dia e horário...
Mas tinha esse direito adquirido, e reconhecido por todos!
Seu semblante sereno, sua imagem tranquila, seu jeito peculiar
Quem tanto bem nos fez por um século inteiro,
Permaneceu ali, intacto, nos demonstrando até o último minuto
Que pessoas grandes conservam consigo o ar de vitória até quando a vida lhes é negada!
Pois assim decidiu o Pai Maior, e após tantos dribles tomados,
Levou Dna Plácida em seus braços pra Estância Grande do Céu,
E ela, que tanto nos ensinou, que tanto nos passou, que tanto nos transmitiu,
Que tantas oportunidades de aprendizado nos propiciou,
A Ele se entregou e rumou...
Trinta e cinco anos após seu amado, tomou o caminho sem volta...
E à nós, descendência de tão digna linhagem,
Resta seu valoroso legado...
Manter em pé a chama da união, amizade e parceria aprendida em casa.
Árdua tarefa, mas dignificante, honrosa e prazerosa
E, Graças a Deus, depende de nós!
Somente de Nós!
Amém!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Não se mede. Se vive.

Esses dias li num anúncio de jornal: “amor não se mede, se vive”. Pura verdade. E percebi, a cada vez que digo “eu te amo”, o quanto essa expressão não carrega nem a metade do amor que eu sinto, mesmo sem saber ao certo que tamanho ele tem. Azar. Amor não se mede.
E tampouco se explica, se traduz, se desenha.
Pois que não cabe na oratória, nem num parágrafo, nem no traço.
E o alfabeto fica curto, as cores insuficientes, o silêncio, que nada diz,
diz que o amor não cabe nele. E parece mal caber em mim, de tão infinito.
Um amor maior que as coisas do mundo, que transborda,
que se derrama por entre os dias e nos faz mergulhar
num mar de felicidade, definitivamente não se quantifica.
Se vive, no simples e no complexo, no efêmero e no eterno, no principio e no fim.

Lidy.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vazio

"... E assim fui deixado,
sem nenhum motivo aparente...
Logo eu, que jurava da vida
ter ganho um presente..."

domingo, 24 de agosto de 2008

Pois bem...

Pois bem, lhes digo amigos, nada é como parece ser, pois tudo tem capacidade de mudança (não que alguém também não tenha), mas hoje em dia, diante de tantos e diversos fatos e situações, o povo perdeu os parâmetros e o a noção do que é certo e do que é errado. Se alguém tem dúvida disso, avalie bem o que está se passando ao seu redor, depois me diga a realidade....
Alguns matam por prazer, outros matam “sem querer”, por brincadeira, e outros matam porque foi a única coisa que aprenderam a fazer.....
E ainda achamos que está tudo certo, tudo "dentro dos conformes”, pffffffff...
Pobres de nós, reles plebeus, seres ignóbeis!!!!!
Falta tudo!!!!
Falta compreensão, falta resignação, falta entendimento, falta humanismo, falta, falta, falta..., e, à contra-censo, sobra, sobra, sobra..., sobra crueldade, sobra ufanismo, sobra impaciência, sobra pressa (e stress), sobra... simplesmente sobra...
Esquecemos de quem somos, do que somos, para viver e mostrar aquilo que temos e/ou o que fazemos (não que isso não seja correto), mas com tanta dificuldade de relações humanas, um pouco mais de proximidade não iria fazer mal, com certeza!
Tanto não iria fazer mal, que exemplos disso nos saltam aos olhos diariamente.
Quantas vezes, um de nós deparou-se com uma situação que nos deixou, no mínimo, curiosos quanto ao nosso próprio comportamento perante a mesma? Não foram poucas não é mesmo?
Um casaco que caiu no chão, uma senhora que tropeça na escada do ônibus, um rapaz que se sente perdido em algum lugar que conhecemos, mas como não nos indaga diretamente, respondê-lo porquê?
São situações corriqueiras, cotidianas, que nos mostram definitivamente como sermos ou nos tornarmos pessoas melhores, basta conseguirmos aprender com nossas próprias vidas! E isso não é nem nunca foi fácil, muito menos penoso, mas lhes garanto, vale a pena exercitar!!!!!!
Nada paga um sorriso, muito menos um gesto de gratidão!!!!!
Até mais!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Espocar de fogos

Porque sim, por que é belo, por que é real, por que é normal, por que é da vida!
Cinco e Seis andam ladeados, estão juntos, interligados pelo eterno, fazem parceria, se remetem um ao outro, e tal como nós, constituem solidez, com firmeza, com atitude!
E, no mais, comemorar aniversário em dias seguidos só faz redobrar a festa!
Agosto é o mês! E nós somos dele!
Um brinde a nós! Viva duplo ao Letras no bar! Pelo cinco e pelo seis!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Há Algo

Há algo que me prende, que me mantêm, me compreende
Há algo que me devora, me exaspera, me revigora
Há algo que me acoberta, me aguarda, me liberta
Há algo que me descobre, me divide, me acobre
Há algo que me suporta, me contenta, me aporta
Há algo que me redime, me afaga, me suprime
Há algo que me revela, me aponta, me nivela
Há algo que me aborda, me toma conta, me deixa na porta
Há algo que me instiga, me duvida, me castiga
Há algo que me surpreende, me agita, me repreende
Há algo que me põe em pé, me convida, me diz o que é
Há algo que me remove, me faz muito bem e me comove
Há algo que me dá força, me conduz e faz com que ouça
Há algo que me levanta, me tira do sério, me deixa na ânsia
Há algo que me infla o peito, alvoroça a mente e deixa sem jeito
Há algo que me faz macho, me comanda e deixa capacho
Há algo que me tropeça, me despacha e me dói a cabeça
Há algo que me preenche, me sova e me faz gente!
Há algo que chamo de amor para a vida!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Soy loco?

Eu tenho um amigo imaginário, sem rosto, sem corpo, sem expressão, sem ao menos nome, muito menos estilo ou forma.
É apenas uma forma que uso nas tantas horas de solidão que passo, para trocar uma idéia, dialogar, extravasar, esbravejar, formar opiniões, enfim, para aliviar um pouco a pressão do dia-a-dia. Pois sim, mesmo estando rodeado de pessoas, podemos estar sozinhos muitas vezes, com essa loucura em que se transformaram nossas rotinas.
E quando faço isso, ao mesmo tempo gesticulo, formo várias expressões faciais, e ainda volta e meia falo em voz alta e dou gostosas gargalhadas. Sei bem que sempre que isso acontece pareço louco, pois não foram uma nem duas vezes que eu mesmo fiquei surpreendido ao ver outros olhando pra mim incrédulos ou com ar de dúvida, como quem diz: “- Coitadinho, está delirando...”; ou pior: “ – Nossa! Mas bota louco nisso!”
Eu mesmo, quando realmente sozinho já me dei conta do quanto isso pode parecer esquisito, imagino quem não me conhece ou não está habituado a ver algo assim, não há como pensar diferente mesmo! Mas tranqüilizo a todos dizendo que não, não estou fora de meu juízo, embora ele nunca tenha sido perfeito, apenas uso isso por ser mais fácil de entender algumas coisas, assimilar outras, avaliar outras e assim vai, pois na falta de alguém com quem se possa viabilizar um diálogo, meu imaginário flui e passo a gesticular e conversar sem me dar conta da estranheza, hehehehe
Mas vá lá, vou me valer de um ditado antigo pra fazer minha defesa. Diz ele: “De criança, de médico e de louco, todo mundo tem um pouco!” No meu caso, é só um pouco mais acentuado um ou dois deles, certo? Obrigado! Até mais!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Não cabe em $$$$


Estava vindo para mais um dia de vida dura, quando o programa jornalístico que ouvia pelo rádio do celular (viva a midiatização!) voltou a falar da Lei Seca. (Que nem é Lei Seca, mas sim de Tolerância Zero. A mídia anda confundindo as bolas, quer dizer, as leis). Por um bom tempo não se falou em outra coisa, mas o rumo que a abordagem tomou é o que me incomoda de uma certa maneira.

Falou-se do grau de alcoolismo que pode ficar no sangue depois da ingestão de um bom-bom de licor (mania de jornalista de fazer “links” com a realidade e acabar com correlações excêntricas); falou-se do tempo que demora para que o bafômetro não detecte o álcool ingerido; falou-se sobre as estatísticas após a lei começar a vigorar; das artimanhas de bares e restaurantes para não perder a clientela; do aumento da renda dos táxis; e até charges divertidas foram criadas, como não poderia deixar de ser.

Eis que, parece que após quase esgotado o assunto, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga os gastos com acidentes públicos nas rodovias brasileiras. Ao cavocarem abordagens para não perder a pauta, é a vez da imprensa unir a Lei com o “rombo” dos cofres públicos cada vez que uma equipe se dirige a socorrer um acidente. Gastos médicos, hospitalares, de perda de renda, remoção e recuperação de veículos, administrativos, judiciais e previdenciários: R$22 bilhões por ano.

Cifras e mais cifras, para reforçar que a diminuição dos acidentes é necessária “vejam os gastos que cada acidente causa!!”. (Ahh, agora sim, me convenci de que precisamos ter mais cuidado. Imagina??? Causar essa perda inestimável para o Governo, para a União? Imperdoável). E eu me pergunto: e a campanha já não vale pelos “gastos” incontáveis ao se perderem vidas? Gastos que não se pagam, não se contam, não se explicam, muitas vezes, não se curam. Essa, para mim, é uma justificativa que se basta. Qualquer outra me parece insensível, dispensável e pouco pertinente principalmente ao se falar dos cofres públicos que por motivos beeem menos importantes e mais inescrupulosos vêem sair cifras e mais cifras direto para a conta de pessoas-que-sabemos-quem.

Confesso, me agrediram todas aquelas informações. Ipea está no seu dever de buscar números e números. Mas ligar esses números a uma campanha anti-violência-no-trânsito, me doeu. Bilhões dispensados a cada triste acaso que pode ser por excesso de bebida, de precaução, de tristeza, de velocidade, de falta de juízo, culpa do destino, o que for. Mas danem-se os bilhões. Esses vão e voltam, um dia. Ou vão para onde não devem. Wathever. Já uma vida, várias vidas, essas são irrecuperáveis. E nem esses bilhões são capazes de pagar a tristeza de ver alguém que se ama partir. E só essa sensação basta para sabermos o que é certo e errado, para tomarmos cuidado, no trânsito ou em qualquer outro lugar em que o que esteja em risco é o que temos de mais valor: a vida, que é uma só e não cabe em cifras.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sede de letras

Que coisa doida essa vontade. Vontade louca, sede de palavras. "Tu bebes?"
E lá vai ela cavocar nas entrelinhas do cotidiano, de dentro e de fora de si, um mote qualquer pra transformar em linhas, parágrafos, frase. Poderia falar do sentido de amizades verdadeiras, depois de um reencontro feliz, de mensagens honestas e sensíveis, de amigas que não se vêem, mas se sentem.

Poderia falar dessa força do sentir, que rompe barreiras de distância, de tempo, de coisas quaisquer, quando é verdadeiramente real dentro de alguéns. Poderia falar, por outro lado, da saudade. Da distância entre almas que se aproximam no subjetivo, nas sensações, mas que a distância real deixa quilômetros de tristeza nos olhares que não se encontram mais.

Poderia falar do destino, que cruzou caminhos e que agora os faz distantes. Que a fez feliz quando colocou pérolas na sua vida, mas foi impiedoso ao afastá-las quando parecia haver ainda tanto por viver. Pode, ainda, falar disso, disso que ainda há, desse amanhã que há de reservar esses reencontros, ou outras surpresas felizes. Ela é otimista, e crê na possibilidade de ter por perto os sorrisos que outrora coloriam seus dias. Aliás, esse otimismo a faz crer em tantas coisas...

Poderia, quem sabe, discorrer sobre isso... sobre esse jeito leve, ainda que não descompromissado, de levar adiante os compromissos, as tarefas, as coisas menos e mais prazerosas da vida. Não há nuvem cinza que a impeça de enxergar detalhes que fazem de cada segundo, um instante especial. Não há mágoa momentânea que lhe impeça de sorrir, numa alegria que sempre dura mais que o tempo que uma lágrima leva para molhar o rosto por tristeza. Não há tempo para elas... para as tais tristezas. Porque ela acha que o tempo de vida é precioso demais para passar triste, para virar um passado que se quer esquecer.

Antes do esquecimento, quem sabe tudo isso vire uma poesia, já que a sede, insaciável, persiste mesmo depois do rascunho de um texto despretensioso, que saiu da vontade de escrever sobre o que escrever. Um soneto, uma ode, prosa poética qualquer... quartetos e tercetos que vão ficar pra depois.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Amor de Bandeira

Não é à toa que ele é um dos meus poetas preferidos...


Dedução
Manoel Bandeira

Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,nem a distância.
Está provado,pensado,verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo firme,
fiel e verdadeiramente.


Eu também.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Senhor da Vida

Tu, indelével, impávido,
Que declina, que ascende
Que transforma, que eterniza
Que areja, que pereniza
Que renova, que perece
Que traz ansiedade, que acalma
Que apressa, que demora
Que aumenta, que diminui
Que une, que desfaz
Que esquece, que traz à memória
Que fortalece, que enfraquece
Que passa, que fica
Que deixa saudade, que cura males
Que faz aprender, que deixa desaprender
Que aproxima, que distancia
Que forma, que deforma
Que deixa, que leva
Que traz, que busca
Que anuvia, que desopila
Que molda, que desmancha
Que emoldura, que apaga
Que desenha, que borra
Que cura, que adoece
Que ira, que acalanta
Que demonstra, que esconde
Que limpa, que empoeira
Simplesmente TU, intrépido tempo,
que faz tudo, apenas mudando de óptica.

terça-feira, 17 de junho de 2008

És...

És lindo nos teus detalhes
nos teus contornos e nas tuas cores
Lindo nos teus conceitos, e teus anseios
Lindo de valores

És lindo na risada fácil
no sono presente, no sonho feliz
És lindo na camisa passada
no chinelo surrado
no blusão gris

Lindo na pose de profissional,
de festeiro, de estudante
És lindo no todo e na parte
no doce beijo
na triste saudade

És lindo na qualidade
de um ser tão meu
meu amigo, cúmplice e metade
és a minha melhor parte
e a mais feliz.

domingo, 15 de junho de 2008

Encaixe!

Ele coração Ela paixão
Ele emoção Ela razão
Ele estrada Ela chegada
Ele espera Ela viagem
Ele força Ela entrega
Ele paixão Ela acolhida
Ele rudeza Ela afago
Ele riso Ela sorriso
Ele pegada Ela sutileza
Ele plano Ela elaboração
Ele querer Ela saber
Ele argumento Ela ponderação
Ele atitude Ela firmeza
Ele parceria Ela companheirismo
Ele amizade Ela cumplicidade
Ele retidão Ela entendimento
Ele sonhos Ela resignação
Ele aproximação Ela proximidade
Ele carinho Ela reciprocidade
Ele tormento Ela calma
Ele ventania Ela brisa
Ele tempestade Ela sol
Ele soma Ela multiplicação
Ele bem Ela maravilhosa
Ele bom Ela ótima
Ele e Ela AMOR!

Calor no frio

Sentiu o frio bater no rosto e gelar as mãos, lembrou do que havia conversado com as amigas, enrolou-se no cachecol de lã, vestiu o casaco grosso e tomou o caminho de casa. Fez a janta, nada de especial, pois o momento a seguir já daria o tom mágico da noite.
Escutou o tilintar da campainha, tremeu de nervos, caminhou até lá tirando o avental e secando as mãos, abriu -a, dois braços tomaram conta de seu pescoço, lábios uniram-se num beijo. Era uma boa forma de dizer boa-noite, vim jantar contigo!
Ainda antes do jantar, enquanto dava os toques finais, escutou o ruído do liquido escorrendo para dentro da segunda taça, pois a garrafa já estava aberta , e a primeira servida tinha sido ótimo aperitivo. Juntamente ao ato de alcançar a taça, veio um encontro suave e gostoso de corpos, mais alguns beijos, uma fala sussurrada ao pé do ouvido, um respiro mais forte junto à orelha, e um estremecimento mútuo, até que um dos dois distanciou-se, mantendo a linha, lembrando que o jantar ainda estava por vir.
Acenderam as velas juntos, e enquanto um colocava uma música suave ao fundo, o outro ateava mais fogo à lareira. Sentaram-se, um em cada ponta da mesa, serviram-se pouco, pois o jantar já passara a terceiro plano, mesmo estando maravilhoso.
Com o término da refeição, mais algumas taças de vinho em frente ao fogo, mais algumas palavras de carinho, carícias de ambas as partes, foi o necessário pra esquecerem-se do mundo e entregarem-se um ao outro, sem restrições ou medos. O espesso tapete de lã crua serviu de ninho de amor durante várias horas, até que apagaram os dois, ali mesmo, um enlaçado no corpo do outro, sentindo o calor das próprias peles, até que o tímido raiar do sol de inverno os tirasse de seu sono.
Na despedida, olhares profundos, palavras comedidas, gestos carinhosos, e apenas uma certeza de ambas as partes: Acontecerá novamente!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Palavras, apenas.

A folha em branco espreita-me. Sorri, tacitamente, esperando que eu despeje alguma coisa sobre ela. Poderia falar sobre o princípio dialógico da complexidade de Morin. Mas, complexo demais. O dia tumultuado cansa a criação científica e a auto-cobrança excessiva é amenizada pela auto-piedade. Corpo cansado, que não quer pensar. Mas corpo cansado que sente, e sobre isso, que bom é discorrer. E então, eu começo. Largo palavras e nem faço pausas para saber se elas fazem sentido. Saem, simplesmente, como verborragias incontroláveis, traduções, confusões, simplicidade, sentimentalismos, complexidade. Volto a ela. Morin tem me perseguido nestes dias. Então, a folha já não mais solitária, pede, silenciosa, mais. Ela sempre pede mais e se mostra pra mim, infinita. No finito do tempo e da criação momentânea que me toma por alguns segundos, satisfaço parte de seus anseios. Preencho algumas linhas, e esvazio alguns centímetros aqui dentro. Não toco em tudo. Deixo a folha ausente de algumas inquietações que têm me visitado nestas últimas semanas. Deixo-as na solidão do meu pensamento, aqueles não compartilhados, que ninguém sabe e ninguém viu. Às vezes, nem eu. Mas ao menos não passo o dia em branco, como a folha, alva, que há minutos atrás refletia sua brancura em mim.

Lidy

terça-feira, 6 de maio de 2008

Doce estação



E ela esperou ansiosamente o vento gelado na nuca, o cobertor pesado sobre o corpo, o leite quente pela manhã. A época da elegância desfila mantas coloridas e botas de cano longo. A grama verde, agora branca, do gelo que “cai do céu”. Tardes ensolaradas e convidativas, a espreitam. “Vamos fugir?”. À noite, delicias gastronômicas e um bom vinho. Bochecha vermelha e o brilho nos olhos. (Lembrou de sua mãe dizendo sentir a perna afrouxar no primeiro cálice).

A cama quente parece manter o corpo imantado nas manhãs geladas. Uma preguiça que logo se esvai, quando a vontade que o dia não termine toma conta, (Afinal, paisagens fotográficas, cinematográficas, estão logo ali, do outro lado da janela). E em silêncio, na janela, ela pede que o sol não se vá “a menos que eu possa vê-lo adormecer...”. E quando ele se vai, o escurecer traz os sonhos e desejos embalados no vento minuano do sul.

Com o nariz gelado, encostado na mão dele, o pé tão gelado quanto, escondido entre a perna dele e o sofá, ela sorri. Para no instante seguinte submergir no abraço longo, quase infinito, que exala a saudade do cotidiano. O blusão de lã azul dele esquenta os dois, mas nada transmite mais calor que a energia trocada ali, no abraço apertado e sincero de quem muito se quer.

Na sala vazia de outros e cheia dos dois, já levantados do sofá confortável sobre o tapete felpudo, ela, recostada no peito dele, sobe na ponta dos pés para chegar próxima ao ouvido, sussura baixinho: “adoro inverno e amo você” (em todas as estações).

Lidy.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Simples assim...

"que belo estranho dia para se ter alegria" já dizia o nome de um CD de uma cantora por aí....e é bem isso... a gente não precisa de grandes feitos..... grandes novidades... grandes prêmios. Não precisa de uma grande vitória, de acertar na loteria, de ser único vencedor na Sena. Não precisa ser sorteado no consórcio, tirar 10 na prova, ganhar um aumento. Nem esperar que a sorte bata na porta, que um amor pule a janela ou que uma tristeza desapareça. Não precisamos de grandes coisas quando conseguimos ver nas coisas pequenas um motivo pra sorrir. Porque sempre há um pedacinho de alegria pra gente se agarrar e fazer tudo valer a pena.

Lidy.