terça-feira, 16 de abril de 2024

Como faz?

Como você trata seus erros? Seus tropeços? Suas inconveniências? Suas agruras? Suas mazelas? Interioriza, assimila e trata como munício para aprendizado? Apenas sofre o momento, reflete e deixa assim? Nem um, nem outro? Tranquilo! Tenho pra mim que aprendizado não é o que nos acontece, e sim o que fazemos com o que nos acontece. São nossas formas de ver, viver, entender e agir com as situações e momentos e também depois delas. Tanto as boas como as ruins. Obviamente, temos a ingrata capacidade nata de avaliar imensamente mais, as ruins. É de nossa natureza humana. As boas são boas, guardamos na memória e volta e meia sentimos saudades. Já as desabonadoras não são tão passageiras, nem alvissareiras. Trazem consigo um gosto por vezes amargo, por vezes insosso. Dissabores, já diz o poeta. Marcas invisíveis que vão nos talhando ao decorrer da vida, moldando nosso ser, nossa conduta, nossa caminhada. Fato é que as situações desafiadoras nos fazem crescer, desde que nos importemos e desejemos isso. Há quem não esteja muito “a fim”, e há os que nem sabem o que está acontecendo e nem o que estão fazendo. São os ditos “fazendo peso no mundo”. Nada contra, mas noção e capricho, é de graça! E assim seguimos todos, a senda que buscamos. Horas alegres, horas tristes, horas de afinco, horas de imposição, e por aí vai. Entendo que não há uma vida feliz, nem uma vida triste. O que há são momentos, de uma ordem e de outra, que nos fazem reverberar na memória as situações passadas. São os ditos filmes da retina, que se apresentam conforme ocorrem as ativações dos sistemas cerebrais. E claro, lembrar de coisas boas é muitíssimo mais prazeroso que de coisas ruins (óbvio). Porém, as ruins ficam mais firmes no pensamento, pois nos trouxeram dores, desalentos, desapontamentos, decepções. E isso, por consequência, fica conosco, caso não as tratemos. Há que se “lamber as feridas”, dar tempo ao tempo, fazer cicatrizar por dentro e seguir adiante. Ficar remoendo não ajuda, embora seja normal por alguns instantes e momentos. Mas transcender é necessário para a vida seguir seu curso. E é isso que esperam e desejam de nós, que sigamos. Adiante, aprendendo, evoluindo, sendo melhores que nossas versões anteriores. Os nossos, os que são por nós, os que nos querem bem. Os outros? Bem os outros são só os outros, e que pensam e desejam diz respeito a eles mesmos. Simples assim! Então, vamos lá! Cabeça no lugar, pés no chão, e rumando! Voltar atrás só para pegar impulso, diz um amigo meu. E é por aí!

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Julgando

A todo instante, a todo momento, somos julgados por ser quem somos. A cada segundo, estamos à mercê de avaliações de toda sorte, de todos tipos. Isso é comum e corriqueiro me nossas sociedades. Não deveria, mas é assim que ocorre. Os dedos convivem em riste ininterrupto, apontando tudo e todos, pra todo lado. Inclusive, em momentos que não estamos de vigília, fizemos também. Naqueles momentos em que baixamos a guarda na vigilância dos pensamentos, lá vamos nós para a vala comum dos julgadores. E esses julgamentos são implacáveis, são diretos e definitivos naqueles instantes. Têm o dom de decretar a verdade verdadeira do que imaginamos ser e ocorrer. Horrível, para dizer pouco sobre o caso. Os que mais julgam e sentenciam, são os que menos sabem e conhecem, tanto da vida quanto da pessoa que apontam. E é assim, invariavelmente. Pegam um momento, um recorte do tempo, uma passagem de vida ou uma ação e sentenciam de imediato, sem saber nada do antes e nem do depois. Em muitos casos, não sabem nem do durante, apenas pensam que sabem pelo que viram. Não se prestam nem a analisar se o ângulo, a forma ou o que viram é realmente o que entenderam. Paciência e espiritualização, é só o que resta para essas situações. E claro, uma boa dose de fé, para que um dia, Deus e seus feitores perdoem esse tipo de atitude. É brabo. É complicado. Mas é assim. Nada e nem ninguém está a salvo, muito menos livre das línguas afiadas e pensamentos obtusos sobre a vida de outrem. Coisas mundanas, dirão os mais elevados. Concordo, porém, nada pode nos fazer achar normal, certo ou legal conviver e viver ao lado de pessoas assim. Nos momentos que resvalamos nos maus pensamentos e atitudes, podemos também ter a humildade de reconhecer e voltar atrás, nos desculpar, primeiramente conosco mesmo, por ceder aos más influências, tanto de pensamentos como de comportamento, e depois com a pessoa, fato ou situação alvo. Exercício primário para podermos evoluir e ir adiante na escalada da vida, tentando ser melhores pessoas e entes sociais. Não estamos livres e não somos melhores que ninguém. Apenas tentamos ser melhores que nós mesmos, e dessa forma sermos melhores para os outros, para os que nos rodeiam e conosco convivem. Não sei se essa é a receita, e nem sei se existe receita, mas é a forma como vejo o caso. Única ressalva, é que há que se permitir entender que estamos julgando, não apenas “falando”, como muitos usam de desculpa para autodefesa. E, caso tenha acontecido entre eu e você, te peço imensas desculpas e sincero perdão pela atitude. Da mesma maneira que cuido e zelo para que jamais volte a fazer. Digo isso por saber e ter vivido situações onde não só fui julgado, como também fui sentenciado sem nem saber o porquê de tudo. Depois, passado tempo, fiquei sabendo e entendi que tudo se originou porque eu apenas fui e segui sendo eu mesmo, enquanto esperavam, idealizavam e projetavam outro. Bem complicado. Pior ainda por saber que jamais fiz ou desejei mal a alguém, jamais faltei, jamais fiz pouco, jamais deixei a desejar, jamais deixei de lutar, jamais deixei de batalhar. Sempre dei a cara à tapa e sempre assumi o que me tocou. Em alguns casos, até mais do que deveria. Jamais deixei “a peteca cair”. Fosse o que fosse, fosse no que fosse, eu estava ali, e sigo estando. Eu não fujo, eu não desisto, eu não paro e não abandono. Eu fui e sigo sendo forjado pela "templa" antiga. Com muita fé, amor de sobra, e trabalho árduo e incessante, tanto para prover quanto para lapidar a si mesmo e quem de nós depende. Aprendi a ser homem por inteiro, não só quando convém. E mesmo assim os julgamentos ocorrem. Como sempre digo, Deus tá vendo, e isso basta! A esses ávidos julgadores, peço apenas que o Pai Maior os ilumine, permitindo olharem para dentro de si. E se não for essa a sua vontade, que vocês ao menos possam orar por nós, para que possamos ser tão bons quanto vocês imaginam ser. E se caso nada disso for possível, seguimos. Em outra oportunidade, quem sabe, consigamos todos rever nossos comportamentos. Muita luz à todos!