segunda-feira, 20 de julho de 2020

Batendo Papo

Para se estar normal
Em tempos tecnológicos
Há que ser muito ilógico
E não fazer nada igual

Aprendemos antes de tudo
Que conversa nasce do olhar
Diálogo, de querer comunicar
E relações, de ser do mundo

Um oi despretensioso clicado
Pode desenrolar uma conversa
Dessas que muito tergiversa
Ou somente ser ignorado

Se será diálogo extenso
Jamais pode se imaginar
A questão é se tentar
Sem ser nada pretenso

Conversa segue e vai fluindo
Mensagens atrás de mensagens
Mesmo com todas as paragens
Do sinal que só fica caindo

São os tempos mudados
As distâncias diminuídas
As vidas todas envolvidas
Os assuntos entrelaçados

Risadas trazem leveza
Na prosa sem intenção
Sempre se faz menção
Pra quem tem tanta beleza

São formas de falar
Diferentes entre si
Pois é dito por aqui
O que nunca iria escutar

A presença de um amigo
Pode ser bem sentida
E uma alma ressentida
Se acalenta comigo

No calor de “um conversê”
Tem princípio e tem valor
Não se deixa por ardor
Que o papo se disperse

Nas redes, muito se diz
E também muito se vê
Pra aquele que antevê
Sabe bem quando condiz

É receita de verdade
Prosear com alegria
Pois isso contagia
Quem gosta de amizade

Para se flertar alguém
Há que ter muito cuidado
Pra não ficar enredado
Pois isso não convém

E se ganha confiança
De ouvir particularidade
É porque há propriedade
E denota temperança

Assim se faz parceria
E se constrói amizade
Moldando uma identidade
Que só à dois, se cria!

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Difíceis?

Por escolhas de caminhos
Os caminhos me convém
As duras penas impostas
Impetram saudades de alguém

Essa falta que me encima
O olhar perdido no céu
Não demonstram a mente
Vagando tipo vento ao léu

Procuram na mirada longa
Talvez uma silhueta difusa
Dessas que vão formando
Devagar, uma imagem obtusa

São longos tempos de dor
Para uma passagem diversa
O tempo coloca sua cor
Quando a saudade dispersa

Seria somente miragem?
Do vil e arguto olhar
Onde se forma uma imagem
Sem nem ao menos firmar?

Desnuda o véu disforme
Pela involuntária piscada
E faz parecer enorme
Qualquer simples olhada

Olhares matreiros do acontecer
Aprendem não confundir
Paisagens do entardecer
Com as visões de dormir

Somos ardis e quentes
No tato, e também no olhar
Por mais que sempre tentes
Há sempre que se cuidar

Surpresa é fugacidade
Na razão e na atitude
Por mais simplicidade
Pode ser que tudo mude

A imagem se faz plena
Com toda a nitidez
E nunca se condena
Quem age com sensatez

A silhueta toma forma
E a dúvida esvanece
Segue a antiga norma
Dizendo: Amigo, se apresse!

Há que canalizar energia
Para manter um sonho vivo
É como se fosse magia
Um acontecimento altivo

Oferecer também o oculto
Acima do que se visualiza
Pois sonhos de um adulto
A vida também avaliza

Querer nunca foi poder
Pra quem não acredita
É necessário transcender
N’alguma etapa proscrita

Difícil, sempre se mostrou
E nunca, jamais duvidamos
O que o tempo desafiou
Por homens, conquistamos!

Fazer as coisas acontecerem
Sem desculpa ou protelação
Pois vi muitos vencerem
Tantas lutas pela devoção

E assim se ver ladeado
Pelos brindes da vida
Que andam somente ao lado
De quem por agir, convida!