quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Envoltos pelos meretrícios brasileiros

Mais um pleito eleitoral se avizinha em nosso estraçalhado país. E nós, brasileiros, honrosos combatentes do bom combate, vamos à ele tentando, cada um à sua maneira, colocar o país nos trilhos e dar sobrevida à combalida nação. Falando nisso, você já escolheu todos os seis candidatos necessários à esse pleito? Sim? Que bom! Não? Ainda há tempo. Escolha de acordo com sua índole, seu juízo e seu caráter. Seu que digo é o teu pensamento, a tua forma de entender as situações e o teu caráter. Não deixe que outros te digam como e porque devem ser feitos e tomadas as atitudes, porque isso é justificativa para o que quase sempre é injustificável. Nossa política partidária está em estado falimentar, a imagem de nossos políticos, em qualquer esfera, está aos frangalhos. Nem o sistema judiciário conta com respaldo atualmente, dado à crise de moral e ética que permeia o terceiro poder. Mas, voltando ao pleito, tenho acompanhado da maneira que posso os debates e discussões, não só dos candidatos, mas também dos eleitores. E um fato tem me chamado a atenção: O descompromisso consigo mesmo que acomete nossa nação. A imensa maioria dos eleitores se engalfinha para defender os candidatos ao executivo, com maior incidência para a majoritária nacional, e esquecem completamente que as maiores casas de prostituição do país continuarão tomadas pelas mesmas velhas meretrizes de sempre, salvo parcas exceções. No meu ver, isso é um descalabro total. Não renovar de vez as câmaras e senado é dar carta branca para continuarem a atuação de balcão de negócios frente aos ocupantes dos postos dos executivos. Nosso passivo eleitorado brada aos quatro cantos renovação, rosnam e urram grosso contra o candidato A e B, e deixam a verdadeira renovação à deriva. É lógico que conta muito pra isso a própria atuação dos partidos políticos, os quais se encarregam de não colocar novos rostos e menos ainda de apoiar estes novos para que se façam “elegíveis”. Os motivos para que isso aconteça é conhecido e reconhecido por todos. Cargo político é cheque em branco para uso pessoal pago pelo caixa da união. E cheque “gordo”! Querem motivo maior para não largar “a teta”? Sem contar com o tratamento dispensado aos ocupantes destes postos, quando fora de seus covis. Qualquer dita “autoridade”, quando vêm para locais menores, é recebido como se fosse algum salvador que veio trazer o tesouro, quando deveria ser recebido com a população oferecendo algemas e camburão. É dose, mas foi esse o esquema que aos poucos eles mesmos foram montando, deixando os municípios dilapidados através do pacto federativo, e “administrando” tudo de Brasília/DF. Não fôssemos nós legítimos representantes de uma autêntica república de bananas, já teríamos tomado os meretrícios políticos e colocado toda a corja rasa dentro de presídios. Porém, estamos no Brasil e vamos deixando esses inclassificáveis governar os destinos da nação. Finalizando, deixo um convite à todos que pensam em votar (para deputado) em alguém de quem nunca receberam sequer um aperto de mão ou um bom dia. Daqueles que pensam em votar em X ou Y porque o cabo eleitoral é conhecido e pediu voto. Vote em quem você ao menos poderá olhar no olho e dizer: Você está errado/certo! Nos demais cargos, vote conforme sua consciência (ou a ausência dela) determina. Mas já aviso: Tenha hombridade o suficiente para assumir que errou, caso teu escolhido não faça o que prometeu em campanha. E mais, cobre dele, se manifeste, faça barulho. Não fale pela boca dos outros e nem deixe que lhe contem historinhas bonitas para criar justificativas ao não justificável. Enfim, vote e assuma as consequências das suas escolhas. Chega de “gópi”, de coxinha e mortadela. Passou da hora de ter consciência e memória eleitoral, para podermos mudar algo de verdade e em tempo. VOTE!

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Um assado de respeito

Do estilo castelhano
Ao jeito todo colonial
Na mesma cruz ancestral
Do velho e bom assado campeiro
Naquele grandioso entrevero
Uma dupla veio de soslaio
Chegou manso, bem ao despacito
Não foi prendendo o grito
E sim charlando muito
Que se fez mais forte a parceria
A cor da carcaça já dizia
Aos que apreciam bueno corte
Que a coisa toda tinha norte
Quando veio a hora da prova
Grande e geral foi a surpresa
E o que mais se comprova
Nessa grande empreitada
É que gostar bastante da lida
E atracar com vontade e paciência
Garante sempre a boa servida
O troféu é só um lindo regalo
Pra os que tinham boa intenção
De aprender e aperfeiçoar
O que já faziam por gosto e tradição
Nessa faina pra lá de calorenta
A fumaça espantava a indiada
O sol recozia a moringa
E o fogo dava ponto demorado
Pois naquele encontro entusiasmado
Só estar junto já valia o dia
E nele, a derrota não encontra moradia
Saem todos, sem exceção, ganhadores
Pois ali, prezados senhores
Ou se ganha, ou se aprende
E quem isso não compreende
Está certamente no lugar errado
Pois é para este lindo objetivo
Que este valioso evento foi criado
Fazer o bem a quem precisa
Beneficiar aqueles que necessitam
Oferecendo um dia totalmente distinto
A todos que se prestam à visita
O fato de ser indicado ao prêmio
Já valeria toda esta contenda
Ser agraciado com a segunda reverência
Passou de qualquer expectativa
E por maior que fosse a lida
Jamais chegaria nessa bueníssima ideia
Pois meus amigos, lhes conto
Festival Intenacional del Cordero
É um evento muy diferenciado
Onde Turintegra y Sineriz fazem um achado
De grande magnitude e brilho
E rogo ao pai maior com toda a fé
Que nunca essa gente perca o trilho
E deixe de ser buenacha como é!
Ao parceiro de lida e gostos
Reverência pelo entendimento e paciência
Tem o tino e procura a melhora
Como quem tropeia campo afora
Vai sempre tenteando o melhor momento
Aguardando a hora oportuna
Fazendo tudo ficar bem no jeito!
Assim se faz a lida, com calma e prosa
Conversando sempre se aprende
Se troca experiência e se entende
Ainda mais no assado “castillo”
Onde o estilo é todo estrangeiro
Pois não dá pra dar entrada pra agonia
Pra acertar um cordeiro inteiro.




segunda-feira, 11 de junho de 2018

De ont'ontem pra hoje!

Por guri teatino, sem paradeiro ou andor
Cruzava de um lado ao outro, andava maroteando os troco
Tragueava largo os pito, as preparada e os copo
Sem enleio dava de mão nas percanta e fazia graçejos de soco
Ocupava os pelego a cada pouco, com a de uma e a de outro
Sem se importar com a amanhã, muito menos mais adiante
Vivia entre o dia e a noite, por ser guapo e também errante
Não era Martín Fierro, muito menos Dom Blanco
Mas tinha guardado esses modelos, de gaúcho franco
Pra um dia fazer cessar a conversa e a boataria
E por ser bueno e não malo, recolheu a prataria
Boleou a perna e bateu na anca, com a mala na garupa
Apeou em outra estância, pra seguir firme a labuta
Feito o carreto, não deu parelha e não se fez de rogado
Seguiu adiante, pediu guarida, balanceou o realizado
Não deu volta, firmou o tutano e sustentou o tirão
Seguiu dando seu jeito, ajujando o mate firmou o garrão
E quando a vida, por maleva, arrebentava um tento
Se sustentava na fé, sem resmungo ou lamento
Com perícia e jeito, emendava e refazia a trança
Já no entardecer, mateando, e vendo não ser mais criança
Se acalantou e envolveu nos braços a última prenda
Partiu de novo, seguindo a andarilha senda
Embora o rumor e atropelo tenham sido forte
O peito aos poucos desfazia a tapera e garrava o norte
Era o sentido da vida dando ô de casa
O coração preenchido indicava o rumo da estrada
Numa terrunha emoção, de índio aquerenciado que fica
Recebeu dos céus, pro homem, a bênção mais rica
E quando um dia, mantendo o sinuelo que a vida deu
Dando à volta ao pago, ao rancho e aos seus
Compreendeu que não ser santo não é obrigação e nem sina
Entendeu, remoendo o pensamento, entordilhando a própria crina
Que quando calçou a vincha nova de couro cru
Naquele velho e batido sombrero negro
Tinha atado compromisso sem medo, de ser gaúcho de fato
De ser gaúcho, por inteiro, cumprindo o destino nato
De quem nasceu pra ser macho, de quem nasceu pra ser xirú!

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Quando bate o gongo!

Enquanto viventes em sociedade, em nossa doente e senil sociedade brasileira, temos por hábito adquirido procurar problemas, no afã de reclamar, resmungar e ver as situações de maneira torta ou oblíqua, na ilusão de não trazer para si “olhos gordos” ou “maus presságios”. Somos ensinados, inconscientemente, a agir e ser dessa forma. É a doença que assola nossa raça. De tanto “pensar que pensamos”, estamos esquecendo de raciocinar e decidir pelo sinceramente correto, ao invés do mais fácil ou “politicamente correto”. Vivemos a correr, ter pressa, pensar adiante, “planejar o futuro” e tantas outras imposições da vida moderna, que deixamos passar batido, diariamente, os nuances e sutilezas que compõem algumas das maiores belezas da vida. O gole de café (ou o sorver do chimarrão, do tererê, como preferirem), o sorriso do transeunte, o aceno na rua, a risada despretensiosa do colega, o bom dia dos filhos, o desejo de bom trabalho do(a) companheiro(a). Ou os mais bucólicos: O raiar do dia, o sol brilhando, a névoa da manhã e seu poder de descortinar os sons já audíveis, o entardecer com todo seu charme de despedida, o vento batendo no rosto, o calor e seu convite silencioso ao “sair da toca”, o frio e sua quase ordem de aconchego, proteção. Enfim, uma infinidade de momentos e situações que nossas mentes ocupadas e aceleradas pela loucura das rotinas não se percebem. Nem vou entrar no mérito das músicas que deixamos de escutar para consumir o lixo cultural atual que nos chega de forma invasiva pelas rádios, televisões e congêneres. Esse assunto fica pra outro momento. Nesses momentos relatados acima, está muito da paz interior e tranquilidade que todos buscamos, uns mais, outros menos, mas todos buscamos. Desacelerar é necessário, faz bem e todo mundo sabe. “Mas pode ser depois”... “Agora não posso”... “Tô dando gás agora, depois diminuo”... “Só mais esse pega e deu”... E assim vamos emendando uma correria na outra e a vida vai correndo, o tempo vai passando, e nós dentro dessa couraça da loucura, sem ver nada e nem sentir nada do que é necessário ao coração e a alma, alimentando somente o cérebro. Até que a natureza, pelas mãos do criador e em sua sabedoria infinita, nos manda seus recados. E por vezes (não poucas) nos fazemos de desentendidos. O corpo padece, a cabeça “cansa”, e continuamos... Até o momento que o recado vem de forma mais dolorida, pra que se sinta e se entenda. E aí, a parada funciona. O sentimento de impotência aflora, e a atenção, que antes é utilizada para foco, abnegação, proatividade e outras, fica toda voltada a um só ponto: Doença. Triste sermos advertidos dessa forma, mas necessário. Não nos damos tempo, não nos permitimos ser salutares conosco. E aí, só resta lamentar. Mas vá lá. Se servir pra repensar os dias, rever conceitos, comportamentos e rotinas, já é um aprendizado válido. Claro que, desejamos acima de qualquer coisa, sairmos inteiros desses episódios. Não só pela cura, mas também de coração limpo e mente aberta para a continuidade. Isso é o que se apresenta como principal. Ter humildade para aprender, sempre! E não é nada simples, ainda mais de maneira “forçada” pela vida. Mas... e há sempre um mas em tudo, é uma baita oportunidade. Agarra quem quer e quem consegue. Depende de cada um! Eu opto por aprender, embora saiba das minhas dificuldades e limitações.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Mais um grande que vai...

Os ciclos da vida encerram-se ao natural, sem rodeios e nem avisos prévios. Fazem parte de nosso curso existencial e nada e nem ninguém pode mudar isso. Mesmo sabendo e tendo plena consciência disso, somos surpreendidos pelas partidas de nossos entes queridos. Dói bastante e fere fundo, fica o sentimento de pesar, um nó na garganta e uma tristeza profunda. Nos assaltam o pensamento todas as coisas que um dia pensamos em fazer e por ironia do destino ou por força das rotinas nunca chegamos a concretizar, a realizar. Destapam o véu da serenidade e irrompem as retinas lágrimas de saudade pura, de perda irreparável. Não só pelo fato de mais um dos nossos ter nos deixado. É pelo fato concreto de termos perdido um grande! Eu, na minha distante presença, carrego comigo exemplos tácitos, vividos e vivenciados. Assisti de camarote como se faz para ser um grande homem. Sempre vi dessa forma. Um grande homem, um grandiosíssimo Pai, um grande avô, um grande tio, um grande cunhado, um grande genro, um grande sogro, um baita padrinho e um verdadeiro amigo. Tu era uma raridade Balaço! Conheço poucas pessoas que transitavam em diferentes nichos de convivência com tamanha desenvoltura. Era bem quisto e bem relacionado com todos. Fruto da tua alegria contagiante, teu modo peculiar e feliz de ver a vida. E sempre vi que o segredo era a simplicidade. Ser feliz é isso, não tem frescura. Essa capacidade de demonstrar carinho e afeto sinceros à todos era cativante. Essa positividade e alto astral foram características natas. Era um querido! Jamais vou me permitir esquecer disso. Vibração alta, alegria, respeito com todos e vivência em família. Era nessa toada que levava a vida e equilibrava os dissabores. Esse é o legado que fica. Fez uma linda e exemplar jornada! Escreveu uma notável e prodigiosa história de vida! Foste um agregador! Trouxe sempre pra perto de ti a família, os amigos, os colegas, os companheiros. Isso é lindo! Poucos se dignam e se importam em fazer isso hoje em dia! Tu era diferenciado!
Mas... Todo ciclo se encerra. Até para os grandes! Te desejo apenas que tenha a certeza que partiu, que fez a passagem deixando a missão cumprida de forma exemplar. Foi um grande! Guerreiro, batalhador, incansável! Tu era um BAITA CARA! Tenho muito a te agradecer. Desde sempre, pra sempre! Todas as palavras que usar aqui não vão expressar meu sentimento, minha gratidão. Meu sincero e puro muito obrigado, de coração! Espero que sejas recebido de braços abertos, sejas luz e possa continuar nos guiando os caminhos, agora do alto. Vai com Deus Tio Demétrio! Descanse em paz, querido!