sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Passagens existenciais

Existem certas passagens da vida que por força maior, dessas vindas de dentro, do âmago do indivíduo do bem, que acabamos por não viver, não vivenciar. Normalmente nos referimos a festas, bailes, comemorações, etc.
Sim, novamente estive diante de um desses eventos que fazem parte do extenso rol de acontecimentos imperdíveis que eu perdi! Optei por não ir, muito embora esse tipo de situação seja vista como impeditiva, não, não é, é opcional, dá pra ir. Mas, e há sempre um mas em tudo, nessas horas se tem um bom parâmetro do que importa, do que pesa, do que se tem e do que se leva como prioridade na vida. E eu sou assim, pra mim, o profissional e o pessoal andam separados, e a linha que define as prioridades é bastante tênue, apontando ora pra um, ora pra outro, tudo dentro de determinadas circunstâncias. Mas não foi o caso, tive pleno entendimento por parte dos colegas e superiores. E maior ainda dos principais envolvidos nessas situações todas.
Vejo as fotos e me abre um vazio no peito, todo mundo reunido, alegria, descontração, felicidade total! Show de bola, nota Dez! Que bom que a parceria toda aproveitou! Eu fiquei, e fiquei por opção, porque julgo importante e imprescindível estar onde precisam de nós, onde podemos realmente fazer alguma diferença, onde podemos realizar de verdade algo por alguém ou por muitos. Na hora não tive dúvidas ao escolher, e nunca tive a mínima dúvida de que fiz o certo, essa idéia sequer me acossou. Sempre tive plena certeza de que quis isso. Mesmo tendo tanta vontade e me sentindo na obrigação de estar presente num momento único da vida de um cara que também considero irmão. Pra simplificar, entre os irmãos, optei estar com aquele que tinha maior necessidade de ter alguém mais presente. O outro estava muitíssimo bem acompanhado. E isso me faz feliz. Ficar foi bom, foi importante e gratificante.
Enfim, são as situações que a vida nos apresenta e diante delas é que tomamos as decisões, cada um de acordo com a sua consciência, seus critérios e parâmetros de vida. Já diz o ditado, cada cabeça uma sentença. A minha decisão foi esta! E se fiz, tá feito!
Passou. Passou a formatura, passaram os dias de hospital, passaram os dias de preocupação constante, passaram os dias de apreensividade com resultados de exames, passaram as longas horas de viagens, passou tudo, Graças a Deus. É brabo estar longe, se comunicando por telefone e rezando, rezando, rezando e rezando. Fica tudo mais difícil, embora não pareça.
E assim seguem-se os dias, nos dando sempre opções de escolha. Cabe a cada um decidir somente e tão somente pela sua consciência, optando por aquilo que acha certo, que entende ser o melhor pra cada situação. Logo ali na frente somos, estamos sendo e sempre seremos recompensados se realmente optarmos corretamente, podem ter certeza!