terça-feira, 16 de abril de 2024

Como faz?

Como você trata seus erros? Seus tropeços? Suas inconveniências? Suas agruras? Suas mazelas? Interioriza, assimila e trata como munício para aprendizado? Apenas sofre o momento, reflete e deixa assim? Nem um, nem outro? Tranquilo! Tenho pra mim que aprendizado não é o que nos acontece, e sim o que fazemos com o que nos acontece. São nossas formas de ver, viver, entender e agir com as situações e momentos e também depois delas. Tanto as boas como as ruins. Obviamente, temos a ingrata capacidade nata de avaliar imensamente mais, as ruins. É de nossa natureza humana. As boas são boas, guardamos na memória e volta e meia sentimos saudades. Já as desabonadoras não são tão passageiras, nem alvissareiras. Trazem consigo um gosto por vezes amargo, por vezes insosso. Dissabores, já diz o poeta. Marcas invisíveis que vão nos talhando ao decorrer da vida, moldando nosso ser, nossa conduta, nossa caminhada. Fato é que as situações desafiadoras nos fazem crescer, desde que nos importemos e desejemos isso. Há quem não esteja muito “a fim”, e há os que nem sabem o que está acontecendo e nem o que estão fazendo. São os ditos “fazendo peso no mundo”. Nada contra, mas noção e capricho, é de graça! E assim seguimos todos, a senda que buscamos. Horas alegres, horas tristes, horas de afinco, horas de imposição, e por aí vai. Entendo que não há uma vida feliz, nem uma vida triste. O que há são momentos, de uma ordem e de outra, que nos fazem reverberar na memória as situações passadas. São os ditos filmes da retina, que se apresentam conforme ocorrem as ativações dos sistemas cerebrais. E claro, lembrar de coisas boas é muitíssimo mais prazeroso que de coisas ruins (óbvio). Porém, as ruins ficam mais firmes no pensamento, pois nos trouxeram dores, desalentos, desapontamentos, decepções. E isso, por consequência, fica conosco, caso não as tratemos. Há que se “lamber as feridas”, dar tempo ao tempo, fazer cicatrizar por dentro e seguir adiante. Ficar remoendo não ajuda, embora seja normal por alguns instantes e momentos. Mas transcender é necessário para a vida seguir seu curso. E é isso que esperam e desejam de nós, que sigamos. Adiante, aprendendo, evoluindo, sendo melhores que nossas versões anteriores. Os nossos, os que são por nós, os que nos querem bem. Os outros? Bem os outros são só os outros, e que pensam e desejam diz respeito a eles mesmos. Simples assim! Então, vamos lá! Cabeça no lugar, pés no chão, e rumando! Voltar atrás só para pegar impulso, diz um amigo meu. E é por aí!

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Julgando

A todo instante, a todo momento, somos julgados por ser quem somos. A cada segundo, estamos à mercê de avaliações de toda sorte, de todos tipos. Isso é comum e corriqueiro me nossas sociedades. Não deveria, mas é assim que ocorre. Os dedos convivem em riste ininterrupto, apontando tudo e todos, pra todo lado. Inclusive, em momentos que não estamos de vigília, fizemos também. Naqueles momentos em que baixamos a guarda na vigilância dos pensamentos, lá vamos nós para a vala comum dos julgadores. E esses julgamentos são implacáveis, são diretos e definitivos naqueles instantes. Têm o dom de decretar a verdade verdadeira do que imaginamos ser e ocorrer. Horrível, para dizer pouco sobre o caso. Os que mais julgam e sentenciam, são os que menos sabem e conhecem, tanto da vida quanto da pessoa que apontam. E é assim, invariavelmente. Pegam um momento, um recorte do tempo, uma passagem de vida ou uma ação e sentenciam de imediato, sem saber nada do antes e nem do depois. Em muitos casos, não sabem nem do durante, apenas pensam que sabem pelo que viram. Não se prestam nem a analisar se o ângulo, a forma ou o que viram é realmente o que entenderam. Paciência e espiritualização, é só o que resta para essas situações. E claro, uma boa dose de fé, para que um dia, Deus e seus feitores perdoem esse tipo de atitude. É brabo. É complicado. Mas é assim. Nada e nem ninguém está a salvo, muito menos livre das línguas afiadas e pensamentos obtusos sobre a vida de outrem. Coisas mundanas, dirão os mais elevados. Concordo, porém, nada pode nos fazer achar normal, certo ou legal conviver e viver ao lado de pessoas assim. Nos momentos que resvalamos nos maus pensamentos e atitudes, podemos também ter a humildade de reconhecer e voltar atrás, nos desculpar, primeiramente conosco mesmo, por ceder aos más influências, tanto de pensamentos como de comportamento, e depois com a pessoa, fato ou situação alvo. Exercício primário para podermos evoluir e ir adiante na escalada da vida, tentando ser melhores pessoas e entes sociais. Não estamos livres e não somos melhores que ninguém. Apenas tentamos ser melhores que nós mesmos, e dessa forma sermos melhores para os outros, para os que nos rodeiam e conosco convivem. Não sei se essa é a receita, e nem sei se existe receita, mas é a forma como vejo o caso. Única ressalva, é que há que se permitir entender que estamos julgando, não apenas “falando”, como muitos usam de desculpa para autodefesa. E, caso tenha acontecido entre eu e você, te peço imensas desculpas e sincero perdão pela atitude. Da mesma maneira que cuido e zelo para que jamais volte a fazer. Digo isso por saber e ter vivido situações onde não só fui julgado, como também fui sentenciado sem nem saber o porquê de tudo. Depois, passado tempo, fiquei sabendo e entendi que tudo se originou porque eu apenas fui e segui sendo eu mesmo, enquanto esperavam, idealizavam e projetavam outro. Bem complicado. Pior ainda por saber que jamais fiz ou desejei mal a alguém, jamais faltei, jamais fiz pouco, jamais deixei a desejar, jamais deixei de lutar, jamais deixei de batalhar. Sempre dei a cara à tapa e sempre assumi o que me tocou. Em alguns casos, até mais do que deveria. Jamais deixei “a peteca cair”. Fosse o que fosse, fosse no que fosse, eu estava ali, e sigo estando. Eu não fujo, eu não desisto, eu não paro e não abandono. Eu fui e sigo sendo forjado pela "templa" antiga. Com muita fé, amor de sobra, e trabalho árduo e incessante, tanto para prover quanto para lapidar a si mesmo e quem de nós depende. Aprendi a ser homem por inteiro, não só quando convém. E mesmo assim os julgamentos ocorrem. Como sempre digo, Deus tá vendo, e isso basta! A esses ávidos julgadores, peço apenas que o Pai Maior os ilumine, permitindo olharem para dentro de si. E se não for essa a sua vontade, que vocês ao menos possam orar por nós, para que possamos ser tão bons quanto vocês imaginam ser. E se caso nada disso for possível, seguimos. Em outra oportunidade, quem sabe, consigamos todos rever nossos comportamentos. Muita luz à todos!

quarta-feira, 20 de março de 2024

Horizonte da vida

Quando se desnuda no horizonte

Clarão de um novo dia a vingar

Silvos e cantos o silêncio a recortar

Fazendo graça com o vento no reponte

 

O alvorecer, muitos encantos nos oferece

Bênçãos divinas atendendo nossa prece

É a história que tece capítulos solitários

Anotando a vida em seu invisível diário!

 

A vida oscila mansa, os dias e noites

Em seus recortes temporais exatos

E faz de cada um seu próprio relato

Para lembrar os feitos em seus açoites

 

Transcorre o tempo, as épocas mudam

Emulamos a vida, em sutis recomeços

Somos sempre nossos próprios endereços

Pois todos os momentos nos transmutam

 

As marcas conosco ficam, jamais se apagam

Fazem por nos identificar, nos apresentam

No nosso viver, com maestria se assentam

E por serem nossas, únicas, jamais nos largam

 

Resta saber delas tirar aprendizado

Vivermos livres, felizes, completos

De realizações e afetos, repletos

Entendo o caminho e ritmo do bailado

 

Pois o destino de todos é amar e ser feliz

Por mais dificuldades que se apresente

Um dia, todas ficam pra trás, realmente

É o que o Grande Sábio sempre nos diz!

quinta-feira, 14 de março de 2024

Flor Morena

 Hoje seria aniversário. Escutaria sua voz firme, doce e tranquila como sua personalidade. Receberia as felicitações feliz e levemente comovida, sorrindo plena e altiva, como sempre foi. Sempre a defini com uma só palavra: Amor. Vi, vivi e presenciei poucas pessoas praticarem o amor em atos e gestos como ela. Seu jeito único, dotado de firmeza, impregnado de abnegação sincera em tudo que fazia eram não só um exemplo, eram também contagiantes. Pessoa ímpar, que não só deixou um vazio pela ausência após partir, como também deixou uma lacuna difícil de ser preenchida, devido a sua grandeza como pessoa. Faz falta. Faz muita falta. São os ciclos da vida, bem sabemos. Nos toca aceitar e compreender. Esse aceite fica mais completo quando junto a compreensão, o coroamos de entendimento de seus exemplos diários de cuidado com todos, de doação do próprio tempo em prol de outrem. Talvez isso possa nos demonstrar ainda, o tamanho e profundeza da sabedoria que continha e colocava em prática. Era sensacional. Se colocava nos ambientes de forma definitiva. Literalmente, definia. Não titubeava. Era do tipo “pá-pum!” Sem muita “lenga-lenga”, como ela mesma dizia. Hahaha. Reunia a família com maestria e alegria. Participava, incluía. Agitava e mexia com o povo. Tinha não só o ímpeto de guerreira. Tinha tudo. Combateu as asperezas da vida sempre de peito aberto, sem recuar e sem se entregar para os medos e receios. Venceu todos os obstáculos que a vida lhe colocou no caminho. Batalhou sozinha a incessante guerra da existência durante muito tempo. Sempre a pra sempre, um grande exemplo pra todos nós! Nos resta, diante de tudo, a certeza de que hoje, esteja onde estiver, está bem, está em paz, com coração e alma leves e tranquilos, desfrutando das benesses de amor, cuidado, zelo e carinho que tanto plantou enquanto aqui esteve. Aqui seguimos, levando adiante o legado que nos ensinou e deixou. Espalhando amor em gestos, ações e palavras, como sempre fez! E com a imensa vantagem de ter alguém com tanta luz a olhar por nós! Feliz “cumple”, flor morena!  

Descanso tranquilo

Nos mais vazios dias vividos

Estoura o peito a ausência

Pra quem tem na essência

Sentimentos bem resolvidos

 

Mão do tempo, espalmando

Gesto simples a questionar

Parecendo mesmo se preocupar

Que fazes, solito, andando?

 

Deveria saber ele, de tudo

Entender as simples escolhas

Assim como quedam as folhas

O destino, golpeia topetudo

 

A cada mate bem sorvido

Aventa ideias de esvoaçar

Emalar poncho, gauderiar

Mas há compromisso assumido

 

Ganhar léguas, estradear

Vai ficando pra mais adiante

Embora ninguém garante

Que adiante, cá vamos estar

 

Nos resta hoje, aqui e agora

Para viver, ser, sentir, estar

Tocando, tenteando onde rumar

Sabendo como se revigora

 

É a vida, sem nenhum rascunho

Cobrando mansamente o legado

De quem já chegou destinado

A viver da força do próprio punho

 

E assim sucedem nossos dias

Buscando conforto na solitude

Entendo a vida e sua face rude

Pra quem se nega à covardia

 

Mais dura se torna a rotina

Mais forte o açoite arde

Do descansar sem alarde

De uma consciência tranquila

domingo, 10 de março de 2024

Sempre há motivo

O amor não nasce de graça

Nasce antes de cruzar o olhar

Pois olhando fundo sem mirar

O espírito achega e entrelaça

 

Ao mirar a fundo teu olhar sutil

Nossas almas se reconhecem

Os pensamentos se aquecem

Coração dispara, bate a mil

 

Te ouço falar meu nome

Incrédulo, desacredito

Teria mesmo dito?

Dos ouvidos matado a fome?

 

Muito tempo ainda irá passar

Regar a semente, ver surgir

Palavras amealhar, redarguir

Testemunhar ações, verificar

 

Por certo, poderemos pensar

Apaixonar, queimar, arder

Sem razão alguma nos conter

Estarmos livres para amar

 

E com estupenda força surge

Sentimento maior, abrangente

Que deixa sempre saliente

A linda face que a vida urge

 

Amor verdadeiro, correspondido

No olhar, no tocar, no sentir

De momentos tantos por vir

A dois, pra sempre, desmedido

sexta-feira, 8 de março de 2024

Gateada Tentação

 


Pela linha do tempo, que nunca se apresenta reta

O destino, teimoso e ladino, vem nos surpreender

Escrevendo sutis fatos, perdido num entardecer

Enriquecendo, marcando e deixando a alma completa

 

Por escolha, quis o destino, que se faça só

E só, os acontecimentos trazem seu regozijo

Pois bem como nos salientava em versos, Don Clavijo:

Na vida, melhor curandeiro dos tombos, é o próprio pó

 

Levantando da mangueira, pelo tendéu, faz esquecer

Esvoaçando da estrada, a constância faz repensar

Rebojando pelo galpão, o aconchego faz descansar

Repousando num corredor, a tropeada ajuda a engrandecer

 

E assim fez mais uma de suas surpresas buenaças

Desembarcando nas casas, pingo de fundamento

Daqueles que se dá valor, com todo consentimento

Pois Tentação é gateada, desenhada e das mais lindaças

 

Surpreende positivamente pela sua enorme mansidão

Apresenta temperamento tranquilo e calmo, genuíno

Daqueles que dificilmente se encontra num equino

E traz ainda uma estupenda e total vaqueira aptidão

 

Vem garbosa pra cancha, sai no brete bem à passo

Corre como poucos, procurando a rês e murchando orelha

Faz o serviço ficar mais fácil, e a cancha mais parelha

Vem repontando com graça e se ajeitando pro tiro do laço

 

Vez por outra, gaviona na invernada, faz parte da vida

Mas entrega a cabeça pro buçal, e vem cabresteando

Pois gosta do serviço, e sabe o que faz, campereando

Não se apavora, tem presteza e gosta da lida

 

Foi domada com total perícia e extrema delicadeza

Deixando pronta pro serviço, atendendo o comando

Obedecendo a perna e o freio, nunca refugando

Pra não precisar sentir, da roseta, a aspereza

 

Presteza, rusticidade, índole, temperamento

Esses são os pingos que definem, boa criação

Apresentam além de bom porte, garbo e função

Entregando ao mundo, animais de fundamento

 

Assim se procede em criatórios vitoriosos

Sempre apresentando animais prontos, de ponta

E há tempos, Augusto Pestana nos conta

Que a Cabanha Sede Velha, só larga vistosos

 

Na estiva, campo e lida terminam o apronte com calma

Empregando com paciência, no seu ritmo, rusticidade

Agregando valor ao que já vem pronto, pela tipicidade

Ficou bem lapidada, pingaço de campo e alma!

segunda-feira, 4 de março de 2024

Me emocionei



Era hora do mate, da calmaria, de sossegar o garrão. Guri estreava no rodeio, pela primeira vez indo e ficando dois dias ali, envolvido, envolto. Aprendendo, perguntando, tendo curiosidade sobre tudo. Bem normal, bem dentro do esperado. Além de ser esperto, é de uma índole e comportamento admiráveis. Achou logo um lugar diferente pra observar melhor tudo o que acontecia. Subiu no caminhão boiadeiro e sentou para ver tudo de cima, ampliar a visão. “aqui de cima dá pra ver mais longe e melhor”, disse ele. Não se sentiu confiante para laçar. Deixei à vontade. Quando quiser, que vá! Me juntei a ele no fim de tarde, depois de atirar umas armadas, experimentar a égua e sentir confiança no pingo, me restou tratar bem, banhar, oferecer água pra debelar o calor insuportável e alimentar a contento a parelha. Conversávamos, ali, em cima do caminhão, ele empolgado, me relatando os fatos vivenciados no dia, me perguntando as dúvidas que iam surgindo, e comentando sobre os acontecidos. Era hora da ave-maria do rodeio. Momento sempre ímpar, diga-se de passagem. Narrador mandou bem, extraindo emoção e deixando boas palavras para o público. Nesse momento, estávamos um tanto distantes, muito devido ao calor intenso. Ao prestar atenção nas palavras ditas ao microfone, me aproximo dele, abraço e beijo, como sempre, porém, devido ao momento em si, me emociono, me engasgo, lacrimejo. E pra minha surpresa, com ele ocorre o mesmo. Momento sutil, porém único e marcante. Como bem disse meu amigo Felipe de Freitas, a correria e os problemas do dia a dia são tantos, que nos esquecemos de visualizar e entender as bênçãos que temos diariamente. Parabéns Felipe! Sou fã do teu trabalho e tu é sabedor disso. Grande e forte abraço irmão! Me tocou em um momento importante pra mim. Por força de diversos fatores, nunca tinha tido a companhia do meu filho num rodeio. Tive nesse, e graças à Deus, foi tudo lindo. Foi tudo espetacular. Pra mim, foi uma daquelas memórias que jamais se apagarão. Como qualquer Pai, ver a empolgação do filho pelas atividades que amamos e trazemos arraigados em nosso ser é indescritível. É inebriante. Voltei pra casa com as melhores sensações possíveis. Meu coração ecoa gratidão e amor. Eu gosto de rodeio, há décadas. E não é só pelo laço, pois sou o tal do perna de pau na laçada, embora goste bastante de correr boi. É por toda atmosfera que se cria. Estar entre amigos, estar junto da família, conhecer e firmar parcerias, sempre com bom humor, ouvindo música, dando risadas, lidando com bóia e assado. Sai caro, mas é recompensador. Se bem que caro, é perder um filho pra outras tantas coisas que não prestam. Caro, é ter que lidar com doença, que além de esvaziar o bolso, seca a energia e vivacidade. Caro, é comprar remédio. Caro, é ter a vida esvaziada, sem sentido. O restante corremos atrás e damos jeito aos poucos. E vamos indo. Gratidão sincera a vida, aos nossos orixás e guias, por tudo que tem nos proporcionado, por tudo que tem nos brindado. Que continuemos a fazer por merecer essas bênçãos. Só nos faz bem. Só nos engrandece, só nos deixa cada dia mais gratos, felizes e completos. Vamos por mais! Sempre!

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024


E porque não seria um bom dia? Chuva é indício de renovação. Irriga o solo, emerge a planta, brota esperança. Sossega o corpo, aquieta o pensamento, aguça a mente. O "parar" nem sempre é parada. Pode ser somente uma leve pausa na correria para se dedicar ao planejar, preparar, aprender. Tornar a própria correria mais leve, mais produtiva, mais assertiva. Com uma visão dessas pela janela "do escritório", a sensação de esforço esvanece e deixa lugar para o regozijo. Enquanto se internalizam aprendizados e se conferem os feitos, a paz e a tranquilidade, aliada a beleza e naturalidade da cena acariciam a alma e massageiam o coração! Bom dia! Com bastante chuva, meus queridos!

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Ferimentos e curas

 

Em que sentido ou situação visões de outros lhe ferem ou lhe abalam? Quais os pormenores que necessitam ser minados para uma situação assim se desenhar? Onde, como, porque, e de que maneira os vieses devem ser encontrados? Bem... Pra mim, a visão distorcida e eivada de visões secundárias, ainda mais distorcidas acerca do que fazemos e como fazemos, é uma dessas formas. Me fere. Machuca. Dá-se jeito, obviamente, mas ficam as cicatrizes. Olhares imperfeitos todos temos. Ninguém é imune a isso. Porém, no momento que te definem ou te balizam longe daquilo que você é, algo totalmente diferente do que traz arraigado no teu ser, do que permeia tua essência, acaba por ferir. Nada mortal, nada trágico, mas profundo. Não fere o que chamamos de orgulho ou de ego. Fere nosso caráter, nossa personalidade. E isso é entristecedor. Cabe, talvez, olharmos para dentro e tentar buscar quais motivos demos para essa visão se formar na retina e na mente das pessoas. Quais atitudes tivemos, quais palavras usamos, quais gestos utilizamos, qual foi o comportamento que adotamos. Complicado. Difícil. Desafiador. E, claro, pior ainda, bem pior, quando esse apontamento ou visão parte dos “do dia a dia”, onde realmente somos nós mesmos, sem reservas ou receios. Nos damos a liberdade de mostrar nossa personalidade de maneira livre, sincera e honesta. E em dado momento, nos dão esse retorno, nos taxando de maneira incisiva e abrupta, sem ao menos podermos entender motivos... Fazer o que. Vida que segue. Tempo não para, não diminui ritmo, não espera por ninguém, todos sabemos. Talvez caiba reavaliar muita coisa. Talvez seja o alerta que precisamos, mesmo sem saber, que a vida está dando sinal para seguir adiante, e não estamos tendo a capacidade de ver e vivenciar. Só mais um entre tantos já curados. Só mais um inserido de forma gratuita e aleatória. Só mais um a ser curado debaixo da armadura. Já foram tantos, que mais um é tirado de letra. E claro, o aprendizado se sobressai. Sempre fica, sempre nos engrandece nos enobrece. Por fim, resta agradecer pela oportunidade de aprender algo, não só com a situação, mas também com as pessoas. Sempre nos mostram e apontam para onde e como ir. Gratidão universo!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

As maduras merecem

Amar mulheres maduras não é tarefa simples. Nem é coisa para meninos. Menos ainda para homens imaturos ou com sede de prolongar a juventude. Amar uma mulher dessas, é assumir na íntegra todas as suas adjacências, tudo o que lhe compõe. Aceitar seus compromissos, entender suas rotinas, estar pronto para auxiliar suas correrias, se fazer presente quando suas dores afloram. Não é compromisso para guri assumir. É para homem! Entender, compreender, aceitar e se integrar como parte ativa da vida dela é necessário muita hombridade, muita entrega, muita abnegação. É necessário amor de verdade, desses que só quem sabe dar amor, se doar por amor, é capaz.  Fazer essa mulher se sentir amada é ter força, sabedoria e luz para acomodar todos os corações envolvidos, cada um com seu sentimento, cada um com seus interesses, gostos e rotinas atribuladas, e ainda assim, estar feliz, tranquilo, sereno e completo. Ajustar a rotina para conviver com seus filhos, de maneira harmoniosa e salutar, desenvolvendo amizade, construindo confiança e respeito. Aceitar sua família, com os defeitos, as particularidades, os pormenores e as ações de convívio existentes. E claro, entender, e compreender todo o seu caminho e convivência prefaciada por suas escolhas anteriores, incluindo os ex e toda a celeuma, impropérios, entraves e incomodações que isso traz. Só amor real, desses vividos pela verdade pode arcar com tudo isso. Só amor maduro e verdadeiro tem essa força e consistência, para aceitar, se ajustar e fazê-lo crescer diariamente. O resto é utopia e tem prazo de validade. Se não houver a plena ciência disso, e total aceitação dos fatos tais como são, tchau e bênção! Segue o rumo que não é pra ti. Nem em sonho. Mulheres assim, que tocam suas vidas e comandam rotinas requerem, por força dessa própria rotina, um homem que venha para somar em suas vidas, que seja inteiramente seu, de corpo, alma, coração, pensamentos, gestos e ações. Que lhes traga algo bom, algo positivo. Que divida o peso da rotina, que diminua os fardos, que torne menos penoso o caminhar. Homem que chegue e diga: Vem comigo que eu te ajudo. Vem comigo que eu te cuido. Vem comigo que eu te protejo. Vem comigo que ajudo a prover. Que saiba que antes disso tudo exposto acima, existem os medos, as inseguranças, os receios, as vontades, as manias e os traços de personalidade dela própria. Ela precisa de um homem de verdade, que lhe proporcione ser a mulher de verdade que é. Essa mulher que perdeu-se debaixo da poeira do tempo, vivendo a rotina dos outros, sendo somente pelos outros, esquecendo que dentro de si habita um ser de luz, uma pessoa iluminada, um ser gigante, capaz de uma infinidade de coisas boas e magníficas. Requer um homem que lhe veja além dos atributos corpóreos. Que veja sua essência, que compreenda sua alma, que veja sua luz e lhe ajude a brilhar. Ela precisa de um homem que lhe estenda a mão, segure firme, lhe olhe nos olhos, e sem dizer mais nada, ela sinta confiança, sinta segurança e perceba todo o seu amor. Homem que aja, mansa e diariamente, sem grandes arroubos, para o caminhar a dois ser formoso, belo e incessante. Homem que diga Eu Te Amo diariamente, sem falar nada. Sem proferir palavra. Sem sequer olhar. Apenas agindo, apenas sendo ele, ao natural, sem forçar ou fantasiar. Homem que saiba amar. Homem que saiba ser amor, puro e genuíno. Homem que saiba o valor de cada “Eu Te Amo”, para quando dizer e ouvir, entenda o quão generosa a vida é, por proporcionar momentos assim. É isso que essa mulher merece e anseia. Amor de verdade, de homem de verdade. Antes de mais nada, AMOR! Depois de tudo, AMOR! Entre um e outro, AMOR! De HOMEM!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Refletindo...

Este texto foi escrito à punho, lá no longíquo inverno de 2005, em uma das tantas noites de junção no ap do Gabi e da Ui (sempre!), num momento de vida de muito questionamento, dúvida, busca por espaço e principalmente, de afirmação pessoal e profissional. No entanto, segue atual e verdadeiro, por isso está aqui.

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Refletindo

É... é no mínimo interessante observar e se chegar a conclusão de como nosso passado influi em nosso presente e nos ajuda a visualizar e mentalizar como queremos nosso futuro. Muitas vezes necessitamos (ou simplesmente acontece) relembrar o que de bom temos ao nosso redor, o porque hoje assim estamos, rever como estávamos e vislumbrar como queremos estar logo adiante. Gostosos convívios, amizades sinceras, relacionamentos verdadeiros, e , acima de tudo, família! Essa sim, elemento único na vida de um ser, lugar onde aprendemos aquilo que somos, expoente de nós mesmos, espelho, razão, justiça, afago, moral, caráter, valores, tudo! Simplesmente ninho! Ali somos feitos, ali somos educados, ali somos nós! Dali saímos para o mundo, carregando tudo o que vivenciamos e aprendemos. Cedo ou tarde, são esses valores que estaremos passando adiante, demonstrando, mostrando, oferecendo. Quem planta bondade, colhe ela mesma. Já quem planta avareza, colhe, entre outras, rancor. Boas pessoas, é isso que queremos pra nós, pois assim somos, ou, na pior das hipóteses, assim queremos ser. De nada adianta o convívio se dele não pudermos tirar bons proveitos, tanto seja a um, ou a outro, pois é oferecendo ou doando que se recebe de volta. Se um dia não tiveres nada a ofertar a alguém, ofereça um sorriso, uma palavra, um olhar “olho-no-olho”, e receberá de volta, mesmo que não no mesmo instante, mas receberá. E assim será, tudo que faças de bom, sempre retornará, de uma forma ou de outra, pois desde que o mundo é mundo a humanidade age assim. Se não souberes ser desta forma, aprenda. Cabe a cada um a tarefa de fazer sua parte para que o mundo se torne melhor. Não deixe de fazer a sua, e lembre-se sempre que assim como você, outros podem pensar da mesma forma, e se muitos deixarem sua parte de lado, mesmo que alguns a façam, a tarefa não irá se completar nunca. Olhe a vida de frente, encare-a, mas tenha bom humor, não deixe que pequenas coisas o afetem. Se algo não aconteceu como você planejava, não quer dizer que deu errado, apenas havia outra forma de se suceder. Lembre-se de quem você deixou torcendo por você mesmo. Já imaginou se essas pessoas trocarem de opção e passarem a “secar”? Tenha certeza de qu tudo que se passa na vida vale a pena, por pior que seja a situação, desde que aprendemos algo com isso. E vale a pena porque temos alguém por quem viver. Temos família!!!

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Dolores

 Hay dolores em mi alma, canta o intérprete. E não tem como ser mais assertivo.Viver dói. Não viver dói também. Escolhas doem. Não escolher também. A vida é assim. Dói por A e dói por B. Porém podemos fazer as dores serem atenuadas. Aceitar as escolhas que não são nossas. Aceitar os caminhos que não nos levam. Entender que nem todos desafiam-se. Entender que nem todos espantam seus fantasmas. Compreender que nem todos encaram suas sombras pra jogarem luz nelas. Resignar-se sob os olhares e pontos de vista dos outros. Pode doer, pode não doer. Questão particular, pessoal e intrínseca. É totalmente de cada um. Tem o peso que lhes damos, consciente ou inconscientemente. Se está doendo, é para que possamos aprender a lição. A dor é a maior mestra que existe. Ensina rápido e seu aprendizado perdura. Resta-nos compreender, avaliar, internalizar e levar conosco, a fim de não repetir. Se erro ou não, não sabemos. A vida mostrará. Amar e ser verdadeiro nunca é e nunca será errado. Mesma coisa com ser emocionado e intenso. Uns se assustam, outros se apegam. O que pode incorrer em erro é a forma de fazer e conduzir, nada mais. Fato é, que somos como somos. Nossas individualidades existem e importam. Pra nós e pros outros. Assim como nossa palavra importa pra uns, e não faz diferença pra outros. Questão deles. Está fora do nosso controle, da nossa gestão. Seguimos, com a dor doendo, o aprendizado sendo internalizado e compreendido, e os pensamentos e sentimentos se assentando em seus devidos lugares. Pegamos o ano que recém emerge, repaginamos a caminhada e reestruturamos nosso viver. Logo a vida demonstra seus porquês e motivos. Arriba y adelante, sempre!