segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Carta Aberta!

É tanta coisa pra falar que não sei por onde começar. É tanta gente pra lembrar, que posso cometer o pecado de deixar sem citar várias. Mas é assim, fazer o que...
Vim “parar” aqui totalmente sem querer, inclusive contra a própria vontade, mas foi a opção, então, sem remorsos, sem lamentos! Passei por várias situações, por muitas provações, tive inúmeras privações, mas tudo acabou sendo positivo, tudo!
O que vivi aqui, nesses cinco anos, foi balizador, foi aprendizado, amadurecimento, crescimento. Foi, acima de tudo, positivo, bom, sem a menor dúvida! Mas não é aos momentos que quero me ater, e sim às pessoas que me proporcionaram essa vivência.
Esses sim foi o que de melhor me aconteceu. Foram o melhor presente que a vida poderia ter me dado. Esses são o que levarei e guardarei como tesouro, sempre junto comigo. Sim, pessoas! Antes de tudo seres humanos, primeiramente meros desconhecidos, alguns familiares, outros não, mas depois amigos, companheiros, parceiros, irmãos! Nunca imaginei que poderia encontrar pessoas assim pelo caminho, simples, honestos, confiáveis, com princípios e valores fortes, admiráveis.
Daqui, levo esse aprendizado ímpar, levo o que de melhor a vida tem a nos oferecer, o contato, o convívio, a cumplicidade. Levo o espanto de ter feito uma vastidão de amigos, de ter tido a sorte de encontrar algumas pessoas dessas que a gente chama de “pra vida toda!” Essa é a melhor fortuna que um homem pode ter, família e amigos.
Muitos de vocês podem não saber, pois talvez eu mesmo nunca tenha dito a vocês o quanto cada um é importante pra mim, o quanto prezo pela minha família e meus amigos, o quanto zelo pra que isso e esses não se percam ou caiam em “vala comum”. Tenham essa certeza, vocês são o bem mais valioso que eu tenho, o que eu mais zelo na vida!
É impagável poder ir a qualquer canto do mundo e saber que se pode bater em qualquer porta e ser bem recebido, bem tratado. Não é possível mensurar a alegria que sinto quando ando por esse mundo e de repente me encontro com alguém e esse encontro é festejado reciprocamente. É também incalculável a euforia que sinto quando há alguma festa ou evento marcado e tenho a certeza que encontrarei um ou muitos desses nela.
Espero ter tido com vocês um mínimo de reciprocidade, deixado algo de bom, feito algo que faça diferença na vida de cada um, ter sido bom amigo, bom companheiro, bom parceiro, em cada nicho de convívio que participei, que fiz e tomei parte, por pouco ou por muito tempo.
Galera, a todos, sem exceções, muito obrigado! Fiquem com Deus! E to ali do lado, se precisarem, é só chamar que to junto!
Contem comigo sempre!
“Aquele” abraço!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Que coisa...

Tchê, te conto! Eu sinto saudades dos meus amigos!
Pois é... Eu sinto! E veja que moro com alguns deles
E vejo muitos com freqüência, mas mesmo assim
Até desses tem dias que me vejo com saudades
Imaginem então os que fico tempos sem ver...
Saudade de sentar numa roda com eles, com tempo
Perder horas e horas com papos furados e sorrisos
Escutar e contar piadas bestas, histórias sem nexo
Criar hipóteses esdrúxulas, bolar contos infundados
Repetir trovas, rememorar cantorias, escutar um bom violão
Admirar o som da gaita, sentir o requebro do pandeiro
Tomar cerveja, beber whisky, provar caipira, degustar vinho.
Ficar ao redor do fogo de chão, Deixar o fogão à lenha fumegando
Com a chapa vermelha e as labaredas saindo pra fora
Colocar a churrasqueira pra fumacear, espetar bem no jeito
Observar as panelas fervendo, o cheiro envolvendo até a alma
Distribuir o baralho, jogar os dados, dividir as fichas
Procurar caneta, “achar” um papel, anotar resultados
Ligar o som alto, dançar conforme tiver vontade,
Soltar gritos, ficar aos pulos, dar muita risada, todo mundo
Sentir o que é ser livre, na íntegra, sem exceções
Assistir futebol na TV, em bando, uns torcendo, outros secando
Jogar uma sinuca no bar, bebericando algo “diferente”
Comer um xis no boteco, ou um pastel na maloca, coca acompanha.
Ir pro trabalho, distribuir cumprimentos, estar numa boa
Tocar a rotina de forma leve, salutar, despacito
Ouvir o telefone tocar, atender e valer à pena
Combinar um acampamento, um rodeio dos buenos
Fazer uma viagem de férias, ir pra praia, pro campo
Sempre bem acompanhado, ladeado de irmãos
Matear no alvorecer e na tardinha, com boa erva
Tanto em casa como fora, na cidade ou no campo
Na capital ou no interior, no centro ou na periferia
Ter, em cada momento, a cada situação da vida
Alguém junto, pra dividir, partilhar essas bênçãos
Sendo familiar ou não, que seja, ao menos um bom amigo!
E eu sou sortudo, agraciado, tenho dezenas desses!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Iluminai!

Consideramos equivocado dizer que sentimos saudades
Saudades sente-se do que se viveu, do que se passou
De ti sentimos falta! Sim, falta! E uma falta enorme!
Condizente com o tamanho da tua pessoa!
Nos faz falta teu jeito elegante, meigo e singelo
De chegar quieta, sempre bem asseada, bonita
Ser bem recebida e bem tratada, praticamente ovacionada
Nos fazem falta teu bom humor e alegria
Características ímpares, marcantes em ti
Que faziam reunir ao teu redor nós, às dezenas!
Nos faz falta teu olhar acariciante e sincero
Que mesmo sem palavras, apenas com expressões faciais
Diziam muito mais que pensávamos saber
Fruto da sabedoria e experiência acumulada
Exteriorizada por um olhar simples, mas profundo, penetrante
Que aguçava o pensamento e nos trazia fortes ponderações
Nos fazem falta tuas repreensões e desaprovações
Pois por elas sempre fomos bem guiados
E sabíamos que com elas vinham também
Os elogios e aprovações quando de nossos acertos
E esses.. Bem... Esses eram tudo que queríamos!
Nos faz falta tua sede de vida, teus exemplos cotidianos
Sim, todos eles! O bem viver!
Sempre nos deixaste muito claro o que eras
Esse teu singular conceito próprio
Lembramos a cada pouco tuas sábias palavras:
“- Cada coisa no seu momento e na sua ordem...”
Trabalhar, estudar, se alimentar, dormir, se divertir
Provar cada parte das boas coisas que a vida tem
Cada uma delas, quando assim se apresentarem!
E por ter como “norte” teus ensinamentos
É que hoje, passado um ano que nos deixaste
Entendemos que até nisso foste sabiamente superior
Nos proporcionou um século de aprendizado,
De companhia inigualável, de convívio harmonioso
E agora, que nos empenhamos em levar adiante teu legado
Em nossas humildes preces, pedimos que continues a nos iluminar
Para que tenhamos a sabedoria e o discernimento necessário
De manter firme a união e a amizade, o companheirismo e a parceria
Que conduzem ao caminho da felicidade e satisfação
Bem como vimos e presenciamos tu sempre fazer!
É com alegria e satisfação que notamos que estás ainda presente
Ficou a presença da ausência, o espaço vago, todo teu
Em nosso meio, nossas mentes, nossos corações
Nos faz falta tu, Dona Plácida, por tudo que foste
Por tudo que trouxeste, por tudo que representaste!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Em vão

É nas pequenas coisas,
por vezes vãs,
que às vezes a gente não vê.
Vozes, ventos, tempo. Volátil.
Nelas, fragmentos que vão e vem
e voltam, ou não.
Nelas, com elas, coisas nossas tantas,
invisíveis, em vão.
Voam, livres...
por ai.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Me larguei no mais!

Aparei a barba, cortei o cabelo, tomei um banho
Me olho no espelho, confiro, tá tudo certo
Dentro do possível, é claro, essas ações não fazem milagres
Penso no que tenho feito e no que tenho vivido
Me pesam as distâncias, me limita a conta bancária
Me atordoa a saudade, me aconselha o juízo
Fico parado, com o pensamento vazio
E num repente, jogo roupas na mochila
Confiro a carteira, pego chaves, telefone
Óculos de sol e boina, calço as botas e me vou
São mais de sete horas no brilhantão
Uma criança chora estridentemente, sem parar
Eu, que nunca sinto dor de cabeça
Até por isso to acometido nessas alturas
Paradinha básica no restaurante mais caro do percurso
Uma água, um chocolate, poltrona de novo
Do meu lado uma senhora com pouca educação
E nada de papas na língua, uma filha sem noção
E a neta, que era meu medo ao embarcar
É a única que passa despercebida a noite toda
Depois da parada e do “assalto”
A viagem segue tranqüila, pego no sono
Acordo na rodoviária de destino, de supetão
Ligo, me buscam, chego seco por um mate
Atropelo o povo dentro de casa
Enquanto mateio, arrumam “as coisas”
Carrego tudo, e vamos pra estrada de novo
Agora muito bem acompanhado
Conversando pra passar o tempo
Carro zerado, primeira vez na estrada
Vou na manha, sem forçar, e a patroa de olho
Só chia no quebra molas por causa da sacudida
Essa pegada é curta, coisa de hora, hora e pouquinho
A estrada tá semi deserta, chove forte em alguns pontos
Chegamos cedo da manhã, de surpresa
Meu povo de mate na mão, recém acordando
Primeiro se surpreende, depois sorri, alegre
Partilhamos o mate, conversamos vagarosamente
E no mais, sai o primeiro assado gaúcho
Carne buena, suculenta, saborosa
Na noite se repete, e se estende por ela adentro
Família reunida, ê coisa linda!
E quando acontece no de improviso
A sensação que se tem é de que fica mais gostoso!
Retornei com a alma leve e o coração aquecido
Menos mal que na volta viajei tranquilo
Porque vim com o estômago “pedindo água”
Me desacostumei com toda essa fartura
Mas não dá nada, faz parte!
Logo, logo to indo de novo!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu troco!

Paredes, calçadas, ladrilhos, vigas, elevadores
Persianas, interfones, condomínios, porteiros
Barulho constante, congestionamentos
De veículos e de pessoas, correria
Gente de todo tipo, todas tribos, todos grupos
Atividades de todos os gostos e estilos
Opções gastronômicas para todos sabores
Ar pesado, poluição visual e sonora
To cansando disso tudo!
To mais pelo meu chão colorado
Tranquilidade, calma, sossego
Convívio pacífico, tempo para o simples
Chimarrão na tardinha, canto de pássaros
Amanhecer com cheiro de natureza
Rotina intercalada, tempo sem pressa
Cachorro, cavalo, campo, jardim
Casa, pátio, pomar, terreno
Rodeios, viagens, cumplicidade
Eu e meu amor! Já me chega!
Não quero mais nada!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

(E)Lá!

É apenas um, mas poderiam ser todos
A tranquilidade, somada à parceria
O bem receber, ser bem tratado
Nada pode ser melhor!
Ambiente carinhoso, afável
Convidativo, prazeroso, leve
A alegria presente, constante
Refeições fartas, saudáveis
Festas sadias, entre amigos
Animação geral e total
Do mais velho ao mais moço
Do pai, da mãe, do filho
Do cunhado, do irmão, da amiga
Beberica, degusta, prova
Dança, canta, pula, agita
Abraça, beija, sorri
Por tudo isso que decorre a sua volta
Pelo que já passou e pelos resultados
Conclui, finalmente decidido
Encara, olha no fundo dos olhos
Expõe à alma, despe a mente
Entona a voz, e sorrindo confidencia
No ouvido da linda à sua frente:
- Contigo sou feliz!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Avante!

Se você não for escolhido
Remoa seus pensamentos
Se você não for relacionado
Digira suas mágoas
Se você não for convidado
Acalme suas desilusões
Se você for criticado
Repense tudo algumas vezes
Se você for atacado
Controle sua raiva
Se você for ironizado
Não diminua seus sonhos
Se você não for lembrado
Tudo bem, há que se perdoar!
Se você não for ajudado
Seja autodidata uma vez!
Não se dê por vencido!
Se você não for apoiado
Não caia e fique parado
Se você for insultado
Não descarregue sua ira
Se você for diminuído
Mantenha a fé em si
Se você for derrotado
Lute! Siga adiante!
Quem te atravanca o caminho
E ajuda a te derrubar agora
Mais adiante será obrigado
A aplaudir em pé tuas vitórias!
Reordene suas forças
Mesmo estando ferido
Com apoio ou sem nada
Volte para a batalha
Ative sua astúcia e perspicácia
Mantenha a dignidade e os princípios
A coragem, a honra e a hombridade
Siga lutando com valentia
E as vitórias reaparecerão!
Esse é o ensinamento maior!
Ame, perdoe, avalie, conclua
Opine, pense, diagnostique
Mas não desista! Nunca!
Siga adiante, não pare!
Sempre se pode mais! Bem mais!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Necessidades!

Nem sempre temos boas notícias acerca dos que nos são caros, muito menos podemos fazer algo para que essas notícias tornem-se melhores, isso é, muitas vezes, impossível, são as asperezas da vida, a durezas dos fatos que nos aparecem na forma de percalços e dificuldades. E a única coisa que podemos fazer para assimilar isso é buscar compreensão, entendimento, seja no interior de cada um, seja no seio familiar, ou no ambiente onde for melhor a cada ser, a cada alma, a cada indivíduo.
A tristeza se abate sobre nós diante da impotência humana que nos assola a cada situação pela vida apresentada, e isso, no entendimento de muitos sábios e pensadores, deve ser usado a nosso favor, como momentos de meditação, tempos reservados para pensar, para crescer, para desenvolver o intelecto e com isso buscar engrandecimento para mente e espírito. São situações extremas que nos fazem parar e pensar, e assim medir, mensurar o tamanho de nós mesmos, avaliar de fato nossa capacidade de assimilação, reação e tomada de atitudes diante de reais problemas e conflitos, e também de alegrias e felicidades, pois situações extremas podem (e devem) acontecer para os dois lados da balança de nossas turbulentas vidas.
É isso! Pensar, compreender, assimilar, reagir e agir diante das situações! É isso que os que nos rodeiam esperam, é isso que muitos necessitam! Mente quieta, sossegada (mas não muito), ação e atitude! Tá esperando o que? Vamos, te mexa criatura!

Abraços!

Marcelo

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Acidente Campeiro

Pobre gateada, já tinha feito o serviço
Vinha de volta, “froxando” o garrão
E no baixar as orelhas, sentiu o encontrão
“Nas cruz” que de recém folgava
Rodopiou com quem a enforquilhava
Quase se pranchou, mas por sorte
Se salvaram os dois pelos listão do fundo
O cavalo enganador, manso, educado
Calmo, bonito, premiado, vistoso
Aprumado e encilhado a preceito
Vinha se pesando de dianteiro
Dando serviço pros dois braços
De suor bem tirado, escarceando
Troteando largo, veio pra cancha
Com vontade, atendendo o serviço
Saltou em cima do bovino, bonitaço
Seguiu fazendo cancha, tenteando
Mas na hora do campeiro abrir o cavalo
Deitar na paleta e empurrar a trança
Se foi a boca do pingo gateado
Perdeu-se a doma, e desfilou cancha afora
Feito zebu enraivado, de cabeça baixa
Se trompa sem nem esboçar parada
Quase reparte a égua no meio
Por pouco não saca dos arreios
O moreno que fica com o pavor estampado
Com os olhinhos pretos grelados
Procurando explicação pro acontecido
O outro, que vinha firme, bem estrivado
Também se espanta, e procura saber
Se alguém se pisou forte, pois é feia a pegada
De um trompaço campeiro, bem embalado
No fundo de uma cancha de rodeio
Se viram, os dois campeiros
Numa embolada "de toda pata"
Pela graça de Deus, não foi nada demais
Um roxo aqui, um arranhão ali
Um lombo dolorido, um taco arrancado
E uma boca requentada pra se trabalhar
Por dias e dias a fio, refazendo o serviço
Pra poder socar bem socado
Umas armadas debochadas, de fundamento
Pra fazer o povo levantar e gritar forte de novo
Mas dessa vez, de alegria e contentamento!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Rimando Ausências

Depois de tanto tempo sem nada postar
Me resta aqui voltar, e logo indagar
Sentiram falta ou tanto fez nada enxergar?
Respostas guardadas, desvios de olhar
Desconversas, afirmações sem adular
Modos individuais de manifestar
Positivo é o que venho por achar
Pois ninguém quer visitar
E quando aqui neste espaço chegar
Não ter nenhuma linha para apreciar
"- Como nos deixa em vão procurar?"
Nunca quis isso propositar
E pretendo não mais deixar
Pois ao merecer este visitar
Obrigação tenho de contentar
Ou ao menos propiciar
Algo aos olhos para (re)aprovar
Pois tudo que tenho a falar
Desculpa! Não gosto de fazer esperar
E com vergonha, balbucear
Volte sempre, estamos a aguardar
Que você consiga retornar
Para podermos lhe felicitar
E nosso caminho retomar
Pois quem escreve para alegrar
Sem isso nunca poderá ficar!


Marcelo
(saudadoso e envergonhado pelo tempo ausente)

sábado, 15 de agosto de 2009

Vinte-e-poucos anos

Um ano a mais ou menos de vida. Depende se você enxerga o copo meio cheio ou meio vazio. Quando um ano de vida a mais se completa, é como se num caleidoscópio enxergássemos o que fomos, o que somos, e projetamos o que podemos ser. Fazemos planos. Retomamos planos anteriores. Olhar o retrovisor é nostálgico e ao mesmo tempo feliz.


Chegar aos 25 me faz lembrar quando tinha 13 e planejava para os vinte-e-poucos-anos as grandes cerimônias da vida. Formatura, casamento, filhos. Tudo outrora tão distante. Tudo agora tão ali. Tudo agora que passou e que dá saudade. Tudo o que eu imaginava e que não se cumpriu. Tudo o que eu sequer sonhava e que se realizou. A vida é mesmo surpreendente. Onde mesmo eu sonhava em chegar? Memória com rasuras, não me permite saber quem eu gostaria de ser exatamente, tampouco lembrar quando me decidi ser quem sou.


Bailarina, atriz, pintora, jornalista. Universitária, profissional, independente, mulher. Amante, amiga, cúmplice, colega, filha, mãe. Mas lembro sim da Lidiane que eu sonhava e ainda sonho ser. Porém o longo caminho aos vinte-e-poucos se transforma na contagem regressiva dos trinta. Porque a gente não perde a mania de continuar planejando os grandes rituais (aqueles que os querem viver, evidentemente). A gente segue tentando construir um projeto de vida, mesmo aprendendo, depois dos vinte-e-poucos, que ele dificilmente se concretize da forma e no tempo que a gente planejou.


Talvez porque precisemos de algo a perseguir. Aquilo que nos motiva a acordar todos os dias, a lutar por uma carreira bem sucedida, por uma vida estável, por mais aprendizado, mais experiência. Superar-nos. Há sempre algo por traz dessa busca desenfreada, nem que seja o desejo de um coração tranqüilo. Somos seres movidos a desafios, a objetivos, a sonhos, a um querer. A vários. E que bom que é assim. Porque viver sem motivo, é apenas existir.


Lidy

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ah! Inverno!

Estação elegante, que esconde imperfeições corporais
Gordurinhas extras, pneuzinhos indesejados
Convidativa ao deleite, ao exagero, às extravagâncias
Charmosa pela facilidade de combinações das vestes
Cheia de nuances, com possibilidades únicas, ímpares
Por vezes rigorosa, ardente, por vezes amena, sutil
Brinda-nos com imagens indescritíveis, sublimes
Um amanhecer branco, inspirador de paz, harmonia
Um anoitecer precoce, escuro, bravio
Para um pernoite juntinho, enlaçados
Dias ensolarados, brilhantes, com gelo derretendo
Para o trabalho diário com alegria, sorrisos
Dias chuvosos, lamacentos, arredios
Para finais de semana diferentes, em casa
Curtindo a família sem o stress e a correria diária
Dias cinzentos, cobertos de espessas nuvens
Com filmes, pipoca, chimarrão, chás e cafés
Bate papo e conversa com os da rotina
Ou de neblina densa, tirando a visão do longe
Desvelando-se em sol radiante, iluminando tudo
Inclusive pensamentos e sonhos de todos nós
Época de muitos aromas, fortidão, sobriedade
De cultivo a bons hábitos, bons costumes
Mas também de espirros, tossidas, pigarros
Consultas, médicos, hospitais, nebulização.
Coisas definitivas de nossa vida sulina
Dias curtos, noites longas, manhãs geladas, tardes frias
Fogões fumegantes, orelhas geladas
Mãos frias, respiração ofegante, resfolegada
Contrastes de inverno, essa estação aconchegante
Inspiradora de poesias, de amores e paixões
Propícia a reuniões e junções agregadoras
Sejam elas com familiares, amigos, colegas
Boa para degustações de boas comidas e bebidas fortes
Necessária para o uso de cobertas grossas
Casacos pesados, roupas quentes, lãs
Botas, capas, toucas, luvas, mantas
Aquecedores, fogo, lareira, ar quente
Pinhão, vinho, sopa, feijoada
Obras do inverno, lindas obras desses dias frios!

sábado, 11 de julho de 2009

Beba? Si! Beba!

(complementando...)

Salve a embriaguês! Cálices e cálices de felicidade na mesa quando bons amigos se encontram. Taças e mais taças de alegria pelas recordações que afloram entre vidas que tiveram seus caminhos cruzados.

Gotas infinitas que molham sorrisos encabulados, de um amor que se vê pela primeira vez, e algo ocorre dentro de si. Tonturinha adorável e frio na barriga, mais uma dose, por favor. Traga uma garrafa moço, repleta de vontade e perseverança para dar sequência aos sonhos.

E os planos, objetivos, metas, bebemoraremos quando o alcancemos, com licor sabor de dever cumprido. E a gota derramada pela qual não vale chorar, nos fará brindar, copo com ou sem gelo, mas sempre, sempre meio cheio, porque o otimismo dá sentido à vida, e pode ser bebido em doses eternas.

Um brinde a quem bebe felicidade e se embriaga, sem maldade, com tudo o que vida tem de bom.

Lidy

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Eu bebo! E adoro!

Eu bebo sim! Bebo! E adoro, confesso! Poucas coisas são melhores que isso, e quase nada me traz mais prazer que beber. Pareço alcoólatra? Ou exagerado? Ou pior ainda, bêbado convicto? Pois não se assustem, embora eu seja bastante apreciador de bebidas alcoólicas e por vezes me exceda em suas doses, não é disso que falo no momento.
Falo de beber amizades, parcerias, degustar boas companhias, exceder-se em sorrisos e gargalhadas, embriagar-se de companheirismo e camaradagem, bem como faço sempre que posso, sempre que as rotinas me permitem.
Nada é melhor que isso, sim, nada, pois se bebe disso também no amor, em casa, e por vezes no serviço, ou trabalho, ou emprego, como quiserem tratar. E contrarie-me quem tiver coragem para tanto! (Mas há! Hehehe)
Minha embriaguez tem sido completa ultimamente, pois embora a faina diária e a correria do dia-a-dia andem me consumindo tempo e pensamento, tenho conseguido alocar em meus espaçados minutos doses diárias desse sentimento entorpecedor.
É bom chegar para desenvolver um dia inteiro de trabalho, receber e devolver um sorriso de bom dia, é acalentador chegar em casa, abrir a porta e sentir-se envolto em ares de alegria, é ótimo empenhar-se em cumprir compromissos em horas noturnas (sim, aula é compromisso), chegar ao recinto e partilhar semblantes bem humorados. É magnífico, em um final de semana, sair para algum lugar e, antes mesmo de chegar, ter a certeza de ser bem recebido, ser bem tratado. Nada paga isso! E melhor que tudo isso junto, é poder ostentar no rosto um sorriso verdadeiro, iluminado, resplandecente, como forma de agradecimento a tudo isso e a todos esses que tão bem nos fazem! Sorria! Isso contagia, e é uma das poucas formas de se fazer bem para os outros e para si mesmo num só gesto! E não custa nada! Garanto!
Como disse antes, eu bebo e adoro! Vivo de porre, graças a Deus!

domingo, 21 de junho de 2009

É responsa, mas é ótimo!

Sim, escrever é uma coisa muito legal, satisfatória. Mas é também, de certa forma, uma maneira de colocar a cara à tapa. Sim, pois o que ali está vai passar pelo crivo de quem lê, e quem lê tem opinião, formas de pensamentos e olhares diversos sobre os mesmos fatos.
E isso rege as ideias de quem vai escrever, não propriamente, mas pelo simples fato de assim ser. É claro que qualquer pessoa que tenha um mínimo de personalidade não vai omitir suas ideias ou mudar de opinião por temor de que suas palavras, versos, frases, sejam entendidas de forma errônea. Quem escreve, o faz conforme sua consciência, e não para o agrado dos outros, embora seja totalmente prazeroso quando isso é alcançado conjuntamente.
E vejam que falo isso por experiência própria, pois gosto de escrever, me arrisco a colocar algumas frases no papel, e vez por outra me permito tentar uns versos. Claro que não me acho nada demais por isso, apenas faço porque me faz bem, e conforme inúmeras afirmações de pessoas próximas, é uma forma de estender essa bondade aos outros, e isso é o que mais me motiva. Sim, poder propiciar algo de bom aos que nos rodeiam é impagável, indescritível!
E, vejam como a responsabilidade recai sobre mim nesse caso, pois me atrevo a escrever junto com uma pessoa que tem o dom divino das letras, das palavras, e ainda é extremamente dedicada no que faz. Acham isso pouco? É barra meus amigos, é barra! To indo bem, mas ainda tenho vasto caminho a trilhar pra igualar! Mas não vou desistir, ah não vou! E por mais que seja uma baita “responsa”, é um prazer imensurável também! E “vamo” que “vamo”!

domingo, 14 de junho de 2009

Viver (na sua essência)

Ande ao léu, sem nada pra fazer, apenas pensando na vida. Siga por rumos antigos, invente novos caminhos, faça novas rotas e novos roteiros, vá pra novos lugares, visite velhos amigos, faça novas amizades, saia sem saber onde vai chegar, nem quando vai chegar, muito menos se vai chegar. Permita-se extravagâncias vez por outra, faça economias sempre que conseguir e puder. Entregue sorrisos verdadeiros sem esperar recompensas. Abrace verdadeiramente, com alma e vontade, aperte a mão olhando nos olhos, dê boas gargalhadas com os que lhe são caros, divirta-se com aqueles que se achegam sem pedir nada em troca, trabalhe com boa vontade, esmere-se em fazer tudo da melhor maneira, coma e beba com gosto, sentindo prazer. Escute a música que lhe agradar, cante o que tiver vontade. Dance como quiser, se vista como achar melhor, use óculos de sol se gostar, se não gostar não use. Coloque colares, joias, anéis, correntes, ou não coloque nada. Ostente chapéu, boné, boina, touca, ou mostre seu penteado, sua careca, ou ande escabelado, faça como achar melhor! Ligue pra um amigo que mora longe, mande um recado pra um vizinho, escreva uma carta (sim, carta, papel e caneta, bem do jeito antigo), ou não ligue pra ninguém, dê um beijo na sua mãe, no seu pai ou no (a) seu (sua) irmão (ã), aquela mesma com quem você discutiu ontem, trate com afeto os que te rodeiam, não dê a mínima pra quem só pensa em te ver pelas costas, faça pouco de quem quer puxar o teu tapete, ajude quem puder, mas ajude mesmo quem precisar de você ou de sua ajuda. Seja ativo, cuide de si mesmo e do que é seu, ou deixe tudo esculhambado por dias. Saia pra acampar, vá pro mato, pro campo, pra praia, ou fique na cidade ou nos arredores. Curta o frio, a chuva, ou curta o calor, o sol, ou faça tudo, cada um de uma vez ou com as combinações que se é possível. Tenha um cachorro, ou um gato, ou um passarinho, ou um cavalo, ou uma iguana, sei lá, ou não tenha nada disso. Prefira uma moto, um jipe, ou um barco, uma lancha, um caiaque. Faça natação, jogue futebol, ande de bicicleta, ou apenas caminhe de vez em quando. Ou, seja sedentário mesmo. Curta a simplicidade e sinceridade das crianças, ou não chegue nem perto delas, escute com atenção os ensinamentos dos mais velhos, ou se faça de surdo, permita-se aprender com a natureza, sim, isso você deve aprender! Tenha fé, seja devoto, seja ateu, ou não seja nada. Seja humilde, tranquilo, calmo, ou seja agitado, ansioso e voraz. Só não seja ignorante e/ou arrogante, isso não pode! Mas mantenha o respeito e a dignidade, não deixe que por trás de seu jeito de ser, de vestir e de agir molde-se um caráter volátil, uma personalidade vil. Não se torne e nem se faça uma pessoa, um ser sem princípios e sem valores, não se torne apenas uma caricatura, uma pessoa oca, vazia, um corpo sem alma. Nada pode ser pior que isso. São essas pessoas que fazem tudo perder a essência, que cada hora que passa, pelo simples fato de existirem e andarem por aí, tornam o mundo pior, bem pior! Não seja uma delas, não ande no mundo a passeio, e, se andar, tudo bem, só não faça desse passeio uma forma de exemplo. Pense melhor!

domingo, 7 de junho de 2009

Rodada

Aguarda a chamada de laço armado
Pede boi e sai cutucando o pingo
Vai ajeitando no bater de patas
Empurra o trançado antes da raia
Vai na boca pra fazer a armada
Suspende o seio cerrando a corda
Chega espora e dá rédea
Com a confiança debaixo dos arreios
É aí que lida perde a forma
A cancha se faz traiçoeira
E os dez pontos se vão embora
No aprumar da corda “véia” debochada
Perdeu as mãos a égua do patrão
E se foram os dois pro chão
Misturando pêlo, terra e arreio
Dando mostras do tamanho da confusão
De tão rápido que é o tombo
O índio velho se ajeita como pode
Pra não bater primeiro o lombo
Ou o recavém contra a barba-de-bode
Depois da embolada de homem,
Cavalo, terra, grama e arreio
A poeira cedendo espaço
Se levanta, ainda assustado da façanha
Monta de novo e sai, altaneiro
Mostrando que nessa hora
Até quem pensa que perde, ainda ganha
É coisa braba uma rodada campeira
Por mais mansa que seja
Larga o gaúcho extraviado, atordoado
Bombeando os tarecos que ali ficam
Tudo perdido, esparramado...
E o pingo, que vinha firme
Atendendo os comandos do campeiro
Sem nem ver como, se foi ao chão
Também fica zonzo, perdido
Levanta e se para ao lado, de pronto
Pra servir de novo, como antes
Mesmo tendo se machucado
Quem assiste leva um susto dos grandes
Vendo equino e campeiro
Rolando cancha a fora
Cessa a gritaria e fica o silêncio
Até verem que nada demais aconteceu
Sobrou uma mão bem dolorida
Os dois braços um pouco esfolados
E no mais, o rodeio aconteceu
Na barraca, esfriando o sangue
A canha fez às vezes de analgésico
E o carinho da parceria às de doutor
Continuou, dando ordem no boiamento
Zelando pelo refrigerador
Sendo o síndico do acampamento
Mas loguito se curou, e já andava
De trançado na mão, procurando rodeio
É assim mesmo a lida e a vida
De quem vive pela campereada
Num dia se ganha um troféu,
No outro, uma baita d’uma rodada.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cumparsita de mi vida

Las tardecitas de Buenos Aires tienen ese no sé qué, ¿viste?. Assim, como se me encontrasse nos cafés de La Boca e entre casas coloridas escuto a melodia hipnotizante. Me toma, embriaga, en un “ocho” me enobrece em um “gancho” me engancha. Efervescente, passa por cada célula e hipnotiza a alma, que dança, baila, sem sair do lugar. Balada de los locos de amor, que como diz a letra do poeta músico bailante, brilhante, con un poema y un trombón a desvelarte el corazón, te deixa assim, sem ar mas com el corazón a transbordar. Balada dos apaixonados, apaixona e consome a tristeza numa soledad porteña, correntina, cantada, romântica, intensa. Feito chama infinita enquanto dura a melodia, coloca fogo na existência. Aquece. De olhos fechados te lleva a media luz, crepúsculo interior a bailar, a llorar, y lloro de emoción oyendo un bandoneón. "¡Viva! ¡Viva!" los locos que inventaron el Amor! Viva a ti, Piazzolla, al bandoneón, al tango novo e velho, electro, de Bajofondo o Gardel, viejo de hoy y siempre, milonga de mi vivir, en Buenos Aires ou aqui. 

Lidy con alma argentina

sábado, 16 de maio de 2009

p.s: não se esqueça de viver

Bastou um filme e um fato pra aquele nó na garganta voltar. Essas coisas que nos motram o quanto a vida é efêmera mexem tudo aqui dentro. Sabe quando um temporal chega de surpresa e as janelas estão abertas? Vendaval que bate as janelas, derruba os livros, espalha os papéis pelo chão.  E então tu percebes que sim, as coisas podem mudar completamente a qualquer momento e em qualquer lugar, para qualquer pessoa, inclusive pra ti. 


A efemeridade da vida é assim, feito vendaval, que de uma hora pra outra desarruma tudo, tira tudo do lugar, te leva coisas que tu achas que não poderias viver sem. A efemeridade da vida é a certeza da perda. Ou perdemos algo, ou alguém nos perde. Não, não... não comecei esse texto pensando em combinar frases mórbidas e doloridas. O start sim, foi esse. Um fato e um filme que falam disso: da perda, culpa da efemeridade da vida. 


É que é nesses momentos que essa característica intrínseca a qualquer existência vem à tona. E então dá vontade de sair desesperadamente pela rua, cantando a música preferida, gritando para as pessoas importantes da sua vida que elas de fato são importantes, ir até o curso de dança mais próximo, matricular-se, para satisfazer aquele desejo que, até então, era só um desejo deixado de lado pelos compromissos e responsabilidades. 


É isso que esse vendaval faz comigo. Me sacode e me faz enxergar o quanto estamos cegos à nós mesmos. O quanto deixamos de lado tantas coisas que gostaríamos de fazer, de dizer, de sentir. É esse vendaval que nos traz de volta ao sentido da vida e te abre os olhos para o único fim irremediável, e te enche de gás, te encoraja a fazer tudo que queres fazer antes que esse fim chegue. 


Porque ele há de chegar, a qualquer momento. E quando isso ocorrer, não quero olhar para trás e perceber que carrego comigo frases de amor não ditas, abraços não dados, palavras caladas, desejos repreendidos. Talvez amanhã não consiga matricular-me no curso de dança que tanto quero, mas hoje, não passa de hoje, direi  ‘eu te amo’ com todas as forças para o homem que fez meus olhos voltarem a brilhar. Ligarei para aquela minha amiga de infância que em um e-mail, lido às pressas em meio ao trabalho, me confessou sua tristeza e eu nada respondi, porque me perdi nas tarefas e me deixei esquecer. 


Abraçarei com toda minha alma aquela alma irmã que encontrei na faculdade e que felizmente ainda está perto de mim. (Nos vemos quase todos os dias, mas há quantos não nos apertamos naquele abraço infinito?) Olharei para minha mãe e direi a ela o quanto ela tem razão nas coisas que diz,  e passarei a escutar as verdades que ela me fala a cada novo dia e que eu ignoro, para depois descobrir que eram realmente verdades. (É, tava frio aquela noite em que eu não levei o casaco, mãe). 


Ontem, ontem mesmo lia Álvaro de Campos (um presente que veio no diálogo com um amigo), e pensava nisso tudo... Em como há de se ter intensidade nas coisas que fazemos, nos segundos que vivemos, nos fragmentos que sentimos. Diz o poeta: “seja como for a vida, de tão interessante que é a todos os momentos, a vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger, a dar vontade de dar pulos,de ficar no chão...”. Há quanto tempo não te permites pular? Há quanto tempo a vida não roça teus ânimos, teus nervos, eriça teus pelos? Não, não pare para pensar nesse tempo. Viva o tempo que há, enquanto o vendaval não chegar.  


o fato: a perda de um colega.

o filme: p.s: eu te amo.

Lidy

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Rodeios Crioulos

Escolhendo o melhor lugar pra acampar
Já aparecem os primeiros amigos
A alegria e o bom humor dominam o ambiente
Desdobrar lonas, firmar estacas, esticar cordas
Com sorrisos no semblante, alegria real
Descarregar o acampamento
Arrumar os leitos e catres, montar a cozinha
Lidar com o “boiamento”, em quantia
Encilhar a eguada, arrastar os laços
Dar um chego na secretaria, fazer inscrição
Conferir pilchas e arreios, deixar tudo em ordem
Semana após semana, mês após mês, ano após ano
Perfazendo o caminho de uma vida inteira
É lindo o rodeio, pela forma e pelo conteúdo
Quem vive ele, sabe bem do que falo
Famílias envolvidas inteiras
Aumentando a união e companheirismo
Convívios selados ao longo de armadas
Pulos de aporreados e berros de incentivos
Amizades firmadas pra uma vida inteira
Com gente de fundamento, de valor
Propiciadas pela atividade em comum
Pelo gosto de campereada, de xucrismo
Nesse meio, sobram mãos amigas
Braços estendidos, atitudes
De solidariedade, ajuda, parceria
Feliz quem habita o rodeio
Quem atira uma armada, aguenta um pulo
Suja a mão, o rosto, a roupa
Na poeira ou no barro d’um rodeio
Lugar onde se forjam pessoas de valor
Com respeito, seriedade, caráter
Meio de vivência em que o espaço
É ocupado por pessoas de grandeza
Que procuram lugares seguros, tranquilos
Pra aliviarem a tensão do dia-a-dia
Espairecerem, esvaziarem a cabeça
E ali encontram isso e muito mais
E é a isso que me refiro
É disso que gosto, é nisso que vivo
E peça a Deus misericordioso
Não me deixe sem, seja qual for o motivo!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mude-se

Mudanças são sempre necessárias. Mudar rotinas, hábitos, crenças. Mudar a cor de uma parede, o quadro de lugar, o som do carro de todas as manhãs. Mudar o prato do dia, o restaurante de domingo, mudar o paladar. Gostar de coisas novas, fazer coisas novas, conhecer gente nova. Mudar o jeito de se relacionar. Mudar o valor que se dá a uma relação.

Mudar a cor do sapato, o estilo de blusa, dar um tempo para a estampa predileta, para o caminho preferido. Dar-se tempo. Mudar o rumo. Escolher um novo caminho para chegar ao mesmo lugar ou mudar o olhar. Perceber o diferente no mesmo, perceber que o mesmo pode sempre traz algo de novo. Mudar o ângulo. Mudar de foco. Surpreender(se).

Hoje mudei o corte de cabelo, e percebi o quanto toda e qualquer mudança significa um ato de coragem. Coragem de sair do mesmo, driblar o monótono, libertar-se da zona de conforto. Mudar exige tomada de atitude. É verbo no imperativo. É primeira pessoa. Ir além de onde fomos até então.

Ultrapassar a linha limítrofe. Esquecer deadlines. Mudar exige libertação. Encarar o medo, a insegurança de aquilo que pode ser, sem sabermos se, de fato, será. Mudar é ir além das hipóteses, além do que se imagina, é agir. Mudar é desafiar a si mesmo, ao que sempre foi, ao que sempre fui.

Por isso mudar pode fazer da gente muito melhor do que já somos e do que poderíamos ser, se permanecêssemos tão iguais. Mudar é nos darmos a chance de escolher. Livre arbítrio para o ser, quando se quer ser melhor. Mudar o jeito de olhar para os dias, para os outros, para si mesmo. Mudar uma mania, trocar de canal, experimentar.

Permitir-se sentir algo diferente pode depender de uma simples mudança de prioridades, ou de atitudes. Gostar de um outro jeito, demonstrar sentimentos de outra forma, amar de outra maneira, sem deixar de amar. Aliás, amar é em si, mudança. É mudar a alma de casa, já dizia o poeta.

Mudar pode trazer arrependimento, é verdade. E cabelo cresce. Ainda assim, mude-se. Mudar é risco, mas arriscar-se é, por si só, superação.

(tardo mas não falho ehehe)

bjs!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Há de se viver!

Ser um gaúcho de fato nos dias atuais transcende conceitos prontos.
Vai muito além do simples fato de usar uma bombacha, ostentar uma boina ou chapéu na cabeça,
passa mais longe ainda do fato de ter nascido no Rio Grande Amado, embora muitos teimem em achar que isso basta.
É carregar consigo e aplicar na sua vivência e rotina diária valores e princípios como honestidade, honradez, hombridade, respeito e coragem, amizade e companheirismo. É aplicar-se ao convívio e cuidado com a família, desde o primeiro ascendente até o último descendente, é manter boas relações no trabalho e convívio social. É ter sobriedade para manter-se íntegro num mundo onde todos vêem seus maiores tesouros, seus únicos bens verdadeiros irem por água abaixo, e ainda assistem suas vidas serem timoneadas conforme a vontade de alguns, ficando de braços cruzados e mãos no bolso diante disso tudo.
Canta nosso hino: “-Mostremos valor e constância nessa ímpia e injusta guerra...” E faz-se exatamente o contrário, caminha-se na contramão do que se prega, deixando as palavras cada vez mais fracas, cada vez mais sem sentido. Temos, como gaúchos de fato, que travar nossa luta diária no sentido de fincar raízes, perpetuar valores, ensinar princípios, demonstrar caráter sem perder a simplicidade e a alegria, traços marcantes de nossas origens, para, no apagar de nossas existências, termos a certeza de que estamos partindo e deixando nossa tarefa realizada da melhor maneira, pra sabermos que estamos indo com o dever cumprido.
É o que penso, é o que faço, é o que vivo!

sábado, 18 de abril de 2009

É o que vale!

Quando alguém fala no mais
Que carece de parceria
Me pergunto se alguma vez
Já experimentou ter alguma de verdade
Mas dessas de fé, de fundamento
Dessas que valem à pena
Que nos trazem recordações deliciosas
Que nos fazem sorrir, verdadeiramente
Daquelas que te entregam a camisa
Que te entendem com um olhar apenas
Que fazem parte da tua vida positivamente
Que somam, trazem coisas boas
Que auxiliam, fazem crescer
Amparam em horas difíceis
Estendem mãos e braços
Abrem casas, portas, corações
Dizem a verdade, embora essa seja difícil
Ruim e desgostosa para nossos ouvidos
Apontam nossos defeitos, não para desmoralizar
Mas para nos corrigir, fazer melhores
Exaltam nossas virtudes, nossas vantagens
E ao mesmo tempo nos fazem compreender
Que nessas horas é quando mais necessitamos de humildade
Esses, que nos abraçam olhando nos olhos
Cumprimentam calorosamente, com entusiasmo
Se importam conosco, em qualquer hora
Nos falam de verdades e durezas
Trocam experiências, firmam amizades
Partilham do viver, do existir e do saber
Cada um, com seu jeito, defeito e qualidade
Cada um desses é digno de admiração
Respeito, compreensão e amizade
Isso é parceria! Feliz de nós que temos!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O primeiro século

Firmou-se ao longo do tempo
Escorado na pura paixão de sua torcida
Cresceu, tomou forma
Impôs-se perante o mundo
Revelador de craques, formador de homens, de cidadãos
Mais que um time, que uma equipe
Um clube grande e um grande clube!
Detentor de todos os títulos possíveis
Dono da melhor torcida, fruto de seu carisma popular
Nascido para ser o time das massas
És o clube do povo, o time de quem torce por amor
A mística da camisa vermelha, do uniforme alvirubro
Que é acompanhada de perto pelo Saci
Confere tons de magia quando pisas o gramado do Gigante
Tudo silencia, a terra treme, e o mundo reverencia
Frente a ti, os fortes enfraquecem
Os gigantes se apequenam
Tua fiel torcida delira, enlouquecida
Cega de amor e sedenta de mais vitórias
E ela, que não te abandona nem nos piores momentos
Mais uma vez se faz presente
Cantando sua paixão, agitando suas bandeiras
Vestindo o vermelho encarnado
Inflamando estádios, cidades
Pois contrariando o indomável tempo
Quanto mais velho ficas, mais rejuvenesce
Melhor consegue respirar e mais triunfante se faz
E é disso que nós, Colorados, nos orgulhamos
É isso que nos enche o peito
Nos faz sorrir, gritar, pular, cantar
Nessa data ímpar, nesse dia especial, viemos aqui
Desejar a ti, INTER, mais um século inteiro de vitórias, títulos
Engrandecimento, superação e alegrias
Parabéns pelo Centenário, COLORADO GAÚCHO!

“Nunca me esquecerei
Dos dias que passei
Contigo INTER...”

terça-feira, 24 de março de 2009

Faço versos...


Faço versos como quem cospe sentimentos

Com quem grita emoções

Como quem cala o mundo nas palavras

Como quem o liberta pelos dedos

Como quem o compreende com o coração

 

Faço versos como a criança

Que faz beiço pra dor

Que não controla o choro

Que não segura a lágrima

Que sem querer, sorri

 

Faço versos como o bêbado

Que enrola as palavras

Que não as mascara

Que fala o que sente sem amarras

e esquece o que convém

ele no inconsciente, eu no papel

 

Faço versos como um covarde

Como quem sente e cala

Como quem sofre e disfarça

Como quem desaba e esconde

Como quem se refugia nos versos que constrói

 

Faço versos como quem não vê

No escuro da alma

Na noite de amor

No silencio do não dito

Na imensidão do escrito


Faço versos como quem cai e se afoga no próprio vazio

Como quem mergulha no abismo interior 

E cavoca, e viaja, e descobre

E joga tudo nos versos

Simples assim...

 

Faço versos como Quem ama

         Quem sonha

         Quem vive

 

Faço versos que falam por mim...


Lidy em 5/5/2005

sexta-feira, 20 de março de 2009

Deles pra Eles!

A alegria transcende o tempo
De quem sabe por quem olha
De quem sabe por que olha
De quem olha pra dentro
Pra trás, pra frente, e pára!
E sorri, leve, solto, feliz!
Felicidade por saber de onde vem
Satisfação por ter quem tem
Dúvidas sobre ser quem é
E mesmo assim segue, firme!
Sente o sol aquecer o corpo
E torce pra que todos tenham sol
Sente a chuva molhar tudo
E reza pra que todos tenham chuva
Delicia-se com essas farturas
E quer que todos se deliciem também
Alivia a alma ao saber de um por um
E dá graças por estarem todos bem
Supera obstáculos, vence dificuldades
Amarga derrotas, acumula vitórias
Vive intensamente, por saber
Que não se vive pela metade
Zela pelo bem estar de todos
Deseja saúde pra cada um
Esbanja positivismo, incondicionalmente
Pra que todos continuem a acreditar
Que sempre se vence, por mais difícil que seja
E faz tudo de forma simples, humilde
Pois é como entende ser certo
Fazendo o bem, e recebendo de volta
Disseminando luz , compreensão e resignação
Aprendendo a cada dia um pouco
Por que assim lhe ensinaram
Por que foi assim que aprendeu
Com todos Eles, sempre, Graças a Deus!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Caminhos cruzados I










Eram quase sete da manhã. Manhã cinza em Brasília. Fui experimentar o café da manhã do hotel que, pelo restante dele, me enchia de expectativa. Hotel que eu me hospedei por acaso, já que a reserva me esperava em outro, onde nunca apareci. Parênteses: Todos sabemos que Brasília foi metodicamente construída, mas de tão metódica, se tornou um grande “lego” -  dizia uma japonesa curitibana -  onde tudo é igual, só mudam as cores, e olhe lá. Tudo junto, da mesma espécie, no mesmo lugar. Bancos no lugar dos bancos, residências apenas na área residencial, hotéis somente no setor de hotéis. Um na Asa Norte e outro na Sul, mas só ali, naquele setor, naquelas quadras, tu os encontras. Um ao lado do outro, similares, altos, imponentes. Mas tão iguais. Fecha parênteses. Bom, fui para o café. Grande parte senhores engravatados, grisalhos. Uma que outra mulher, eu, umas três noutra mesa, e uma outra, só, na mesa logo ali. Sotaques de todos os tipos. Viajava tentando imaginar de onde era cada um. A menina nova, como eu, estava de calça azul de terninho, cabelo liso, não deveria ter 30 anos. (Depois dela, só eu com menos de 30, provavelmente).  Memorizei-a porque suas unhas me chamaram a atenção. Coisa de mulher. O esmalte era lindo, um vermelho diferente, que eu percebi enquanto ela segurava a taça do café. Dali uma tarde inteira de reunião, da reunião ao aeroporto, da geométrica Brasília ao caos agradável de POA. Sim, agradável. Cheguei à noite, e acho aquela imensidão de pontinhos luminosos, como se a cidade estivesse coberta de pisca-pisca de árvore de natal, muito mais linda e atraente que aqueles quadradinhos organizados que a gente vê de cima quando chega à Capital Federal. Os legos de lá parecem não ter vida, não como os da nossa infância. É tudo reto demais, frio demais, de curvas só o que Niemeyer ousou. Eu nunca achei agradável andar pela Rua da Praia em meio ao aglomerado de gente, onde é preciso desviar sem que consigamos evitar algum esbarrão. Mas depois que conheci Brasília, até desse contato eu sinto falta. Não há calçadas. Não há proximidade, nem toque, nem encontro. Há vias, muitas. Organizadas. Mas o caos humano  de todas as outras capitais se tornou, para mim, muito mais interessante. Bom, mas esse texto não era para falar sobre isso. Retornar é sempre bom, mas quando a viagem é curta, nem dá pra sentir a sensação do lar-doce-lar.  Fui para a esteira, desfile de bagagens. Quando me dirigia a encontrar um cantinho pra ver a minha passar, passa por mim uma moça. Mundo ridiculamente pequeno. (a vida me prova mais uma vez). Passou por mim falando no celular. Calça de terninho azul. Sim era ela, que de manhã, num hotel que eu entrei por acaso, tomou café na mesma hora que eu e que podia ser de qualquer parte do país, como todos aqueles outros de sotaques estranhos ao meu. Era ela, mesmo que eu não tenha visto as unhas. Mundo absurdamente pequeno, em que caminhos-nada-a-ver se cruzam, assim, numa quarta-feira qualquer.

 

Caminhos cruzados II


A cidade pode ser sem graça, sem vida, sem contato. O destino pode ser sem graça, o lugar, o canto que nos espera para ficar ou para passar. Mas é incrível como tudo muda se há um abraço a te esperar. Eu não gosto de Brasília, como se pode perceber. Mas saber que lá encontro um dos abraços mais importantes da minha vida, me faz querer estar ali. Talvez porque quando há sentimento, há gente que a gente gosta, todo o resto some e até os legos voltam a ser divertidos.

ps.1: Essa é a Fê: o abraço que dá sentido ao lego

ps.2: A história da menina das unhas é real.

(Voltei!!!)
Lidy

 

domingo, 15 de março de 2009

Conceda-nos!

União, pra quando um vier a cair
Todos estendam a mão pra levantar
Apoiar, afagar e recolocar nos rumos
Soberania, pra quando um chegar ao topo
E surgirem as palmas, elogios e lisonjeios
Essas não façam com que perca o rumo
Acuidade, pros aprendizados silenciosos
Que o convívio íntimo propicia
Resignação, pros defeitos que aprendemos
A aceitar aos poucos uns nos outros
Paciência, pras diferenças que entre nós existem
E com elas passamos a nos aceitar como somos
Compreensão, pras individualidades e vaidades
Que aturamos dia-a-dia em nossos meios
Calma, pros egocentrismos que temos
E somos obrigados a tratar diariamente
Intelecto, pra entender e aprender com nosso passado
Despreendimento, pra compreender nosso presente
De movimentação, correria e faina diária
Esperança, pro nosso futuro de realizações
Cuidados, amparos e felicidades
Discernimento sempre, pra mantermos
A vida nos trilhos, com decência
Altivez, pra continuarmos a ser grandes
Quando a derrota se fizer presente
Grandeza, pras pequenas mazelas
Que a vida nos coloca à frente
Coragem, pra seguir adiante
Suplantando dificuldades e obstáculos
Paz de espírito, pra acalmar
Quando a alma se inquieta e se revolta
Força, pras horas brabas e difíceis
Que atormentam a vida de todos
Bondade, pra quando irmãos
Necessitarem de mãos amigas estendidas
Solidariedade, pra trazer de volta aqueles
Que se perderam no meio da caminhada
Companheirismo, pra manter ao nosso lado
Quem fica, quem retorna e quem chega
Alegrias, pras horas felizes vividas juntos
Pras horas felizes vividas a dois
Pras horas felizes vividas sós
Pelo simples fato de sabermos
Que lá estão, que assim são
Que assim seremos e continuaremos
Se assim puderes nos conceder, é claro!
Obrigado!

segunda-feira, 2 de março de 2009

No Quatro Dois

Nem bem se adentra o Stella
E já se sabe o que se encontrará
Na portaria sai um olá pro “Maugo”
No elevador um papo com a vizinhança
No corredor cheiro de bóia
Barulho e risada do povo reunido
Abrindo a porta se depara com a muvuca
Vem se achegando e cumprimenta todos
Saca de um copo e se serve, brinda pela parceria
Dá uma olhada em todos os cômodos
Pra ver se não falta ninguém
Pega um vento na área dos fundos
Enquanto uns incendeiam crivos
Toma um sol no rosto na sacada de frente
Balançando quem tá na rede
Dá uma passada no “seicho-no-ie”
Olhando o movimento da feirinha
Busca pazinha e vassoura na dispensa
Pra limpar os cacos do copo que se foi
Ao passar pela cozinha “lhe gusta” o aroma
E pega mais uma das de cima
Volta pra sala, e se atraca na cantoria
Violão em abundância, e som bueno pro descanso
Filme, show, jogo, seriado ou jornal
Pouco importa nessas horas
Vale pelo povo que tá ali
Alegria, diversão, parceria
Gente boa, companheirismo
Alcunhas normais pra quem conhece
Jeito simples de quem frequenta
Esse é o Quatro Dois!
Firmado e continuado pela amizade
Vivido no estilo que se consegue
Aberto sempre a todos
Habitado por gente simples, mas buena
Indiada que se vira, peleando no dia-a-dia
Mas que sabe bem o valor de uma amizade
E também a valia de um leito
Por mais simples que ele seja
Oferecer algo que ajude, faz parte
Dessa moradia simples e humilde
Onde o respeito e os princípios
Regem a convivência diária
Nivelando particularidades, atenuando diferenças
E deixando tudo em harmonia perfeita
Ali cabem todos os gostos, todos os jeitos
Cada forma de viver, de agir e pensar
E, por mais que um venha a não gostar
Sempre há diálogo pra tudo se acertar!
E se ainda não conhece ou não freqüenta
Ta perdendo tempo, venha logo
Com certeza vai gostar de se achegar!
Salve Quatro Dois!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

LORENZO!

Nem bem se soube de ti
Já vieste ao mundo
Privado por alguns dias
Assim mesmo alegrando todos

Trouxe contigo novos ares, novas cores
Iluminando nossas mentes,
Arejando nossos pensamentos
Próprio de quem veio pra unir, somar

Passaste maus bocados
Junto com quem mais te ama
Isolado, sentindo apenas a energia positiva
De uma multidão que por vocês torce sempre!

Em teu pequeno leito dava exemplo de guerreiro
Lutando sempre, com garra, com coragem
Não deixando pequenas mazelas
Tomarem conta de teu corpo ainda frágil

Tua grande vitória renova nossas esperanças
Reascende nossas mais puras alegrias
Recicla nossas vidas, modifica nossos sonhos
E nos une, nos achega, nos complementa

Saudamos a ti, pela graça, pela pureza
Que só as crianças carregam
Sonhamos e almejamos que tenha
Uma vida inteira de alegrias e realizações

Torcemos pra que sejas sempre
Um dos nossos, e dos bons!
Que tenha sempre um mate bem cevado
Como tua mãe bem faz!

Que saiba produzir e escolher bons cortes pros churrascos
Com a mesma excelência do teu pai!
E mais que isso, que carregue a alegria de viver
Tão marcante e admirada nos dois!

Que saiba dosar na medida certa
Caráter, bondade e humildade
Que tenha sempre em mente
Princípios, valores e compreensão

E, é claro, que faça da vida de teus avós
Tios, primos e parentes
Um jardim de alegrias, confusões e traquinagens
Pra termos toda certeza da tua origem!

É isso que a vida te guarda, inteiramente
É esse o destino de quem nasce pra ser grande
É isso que queremos pra ti, com toda sinceridade
Por que tu é dos meus, dos nossos, Tu não "SE AFROXA”!!!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

"Boiamentos"

Do entrevero surgem as idéias
Do debate sobressaem-se os gostos
No acerto fica tudo combinado
E num instante se vai porta afora
Seguindo o rumo da feira e do mercado

Feito o rancho, com calma e altivez
Dá de volta, bem provido e carregado
Divide as despesas mais uma vez
E num piscar fica tudo ajeitado

Salga a carne, pica o tempero
Acende o fogo, esquenta o “de oliva”
Ferve a água, meio ligeiro
Pra não demorar com a comida

E segue lidando, na manha, com jeito
Atende as panelas, entre um gole e outro
Papeia com calma, organizando a cozinha
E pra dar mais cor, Shoyo e caldo de galinha

Na hora de dar o apronte da lida
Puxa dos talheres e da prataria
Arruma a mesa bem a preceito
E serve a bóia, deixando quieta a parceria

Vai sendo degustada, despacito
Entre um comentário e outro
Surgem elogios, piadas
Mas vai tudo e não sobra nada

Depois de todos bem satisfeitos
Inverte-se o processo, e recolhe-se a tarecada
Vai pra pia os sujos e lambuzados
E pra cuscada os restos e sobras até da salada

Louça limpa, chão varrido
Mesa desarrumada, cheia de copos
Destampando as garrafas, continuando
A se divertir num jeito bem nosso

Assim acontece o “boiamento”
Sempre feito na parceria
Recheado de prazer e alegria
E com gente de fundamento!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Concluindo!

Se olhos e mente não se entendem
Relacionando passado e presente
Se desejo e respeito se confrontam
Misturando emoções e vontades
Se querer e fugacidade
Embolam-se em luta voraz
Se calma e diálogo tranqüilo
Apavoram-se diante de alguém
Se toques de afeto e proximidade
Fazem ficar perdido e atordoado
É hora de retirar-se ao casulo
De procurar a razão
De controlar a emoção
De domar o desejo e a impulsividade
De fazer-se grande, ter altivez
De cumprir o prometido
Respirar aliviado, mesmo faminto
Embora a sono não venha
A saudade fale alto, dominando
Só é homem quem sabe
Tudo o que poderia acontecer
Tem nas mãos a possibilidade de fazer
E vê, entre tudo, a melhor atitude
Zelar por quem gosta e admira
Ver revigorado e em paz
E deixar por conta própria
Pois o que seu deve ser
O destino dele se encarrega e traz!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Serás Luz!

Serás luz como candieiros pampeanos
Iluminando nossas conversas ao pé do fogo
Sorvendo chimarrões bem cevados com largos sorrisos

Serás luz como lampeões de campanha
Para iluminar nossas festas e reuniões
Com danças e cantos recheados de felicidade

Serás luz como velas solitárias em ranchos
Para iluminar os cômodos de nossa existência
Amainando nossas solidões e distâncias

Serás luz como o fogo que arde em labaredas
Alimentando-nos corpo e alma
Enquanto continuamos a lutar em vida

Serás luz como os faróis de navegação
Que mesmo isolados e solitários mantém o posto
Zelando pela integridade de quem se aventura
Por mares revoltos e caminhos desconhecidos

Serás luz como tochas iluminando a escuridão
Para nos guiar, mostrando e desviando dos perigos
Enquanto seguimos em frente, sempre!

Serás luz como estrelas em belas noites
A nos brindar com sua simplicidade e beleza
Transmitindo-nos paz e acalanto

Serás luz como a Lua em sua mansidão
Banhando chão e mar, mato e rio
Eternizando existências, firmando uma raça!

Serás luz como os raios do amanhecer
Que desvelam, ascendem e renovam o dia
Para mostrar que novas esperanças existem
E nelas é sempre possível acreditar

Serás luz como o Sol, Astro-Rei
Que com sua força e magia dita e rege o ritmo da vida
Para mostrar-nos que tudo tem seu tempo e sua hora

Serás luz como sempre fostes, enquanto conosco estivestes
Serás luz cada vez mais, por que assim deves ser!
Serás luz por ti e por nós, eternamente, Dona Plácida!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Compreensão

Nada pode ser tão incompreendida como a dor
Talvez pela forma como se prende em nosso ser
Talvez pelas marcas deixadas ao longo do viver
Ou ainda pela inconformidade do amor

Não há algum partir que não comova
A ida de alguns nos sensibiliza
O chegar de outros nos realiza
E o nascer de frutos nos renova

Afloram sentimentos de pura alegria
Desatam-se nós de incompreensão
Não se vislumbra a dimensão
Mas visualiza-se a tristeza que se sentia

Em pé se enfrentam batalhas
Com firmeza se vence a tormenta
Com altivez a façanha se comenta
E com pesar se estende a mortalha

No caminho sinuoso do mundo
Percorrido todo de sentimento
Colhido momento a momento
E vivido de modo profundo

Conhece-se a rudeza da vida
Do jeito mais rústico e penoso
Mas não há de ser mal e nem danoso
Pois existe Deus pra dar guarida

Não hemos de ficar ao léu
Pela súplica à Virgem Maria
O tempo aplaca a sangria
E Pai nos encaminha pro Céu

E assim manso, calmo e sereno
Se finda o caminho e a trilha
Entendemos como é maravilha
Deixar o mundo terreno!

Não por ser malo o viver
Mais pela humilde compreensão
Da imensa sabedoria e resignação
Que um dia, tudo vem a morrer!