Faço versos como quem cospe sentimentos
Com quem grita emoções
Como quem cala o mundo nas palavras
Como quem o liberta pelos dedos
Como quem o compreende com o coração
Faço versos como a criança
Que faz beiço pra dor
Que não controla o choro
Que não segura a lágrima
Que sem querer, sorri
Faço versos como o bêbado
Que enrola as palavras
Que não as mascara
Que fala o que sente sem amarras
e esquece o que convém
ele no inconsciente, eu no papel
Faço versos como um covarde
Como quem sente e cala
Como quem sofre e disfarça
Como quem desaba e esconde
Como quem se refugia nos versos que constrói
Faço versos como quem não vê
No escuro da alma
Na noite de amor
No silencio do não dito
Na imensidão do escrito
Faço versos como quem cai e se afoga no próprio vazio
Como quem mergulha no abismo interior
E cavoca, e viaja, e descobre
E joga tudo nos versos
Simples assim...
Faço versos como Quem ama
Quem sonha
Quem vive
Faço versos que falam por mim...
Lidy em 5/5/2005