Por escolhas de caminhos
Os caminhos me convém
As duras penas impostas
Impetram saudades de alguém
Essa falta que me encima
O olhar perdido no céu
Não demonstram a mente
Vagando tipo vento ao léu
Procuram na mirada longa
Talvez uma silhueta difusa
Dessas que vão formando
Devagar, uma imagem obtusa
São longos tempos de dor
Para uma passagem diversa
O tempo coloca sua cor
Quando a saudade dispersa
Seria somente miragem?
Do vil e arguto olhar
Onde se forma uma imagem
Sem nem ao menos firmar?
Desnuda o véu disforme
Pela involuntária piscada
E faz parecer enorme
Qualquer simples olhada
Olhares matreiros do acontecer
Aprendem não confundir
Paisagens do entardecer
Com as visões de dormir
Somos ardis e quentes
No tato, e também no olhar
Por mais que sempre tentes
Há sempre que se cuidar
Surpresa é fugacidade
Na razão e na atitude
Por mais simplicidade
Pode ser que tudo mude
A imagem se faz plena
Com toda a nitidez
E nunca se condena
Quem age com sensatez
A silhueta toma forma
E a dúvida esvanece
Segue a antiga norma
Dizendo: Amigo, se apresse!
Há que canalizar energia
Para manter um sonho vivo
É como se fosse magia
Um acontecimento altivo
Oferecer também o oculto
Acima do que se visualiza
Pois sonhos de um adulto
A vida também avaliza
Querer nunca foi poder
Pra quem não acredita
É necessário transcender
N’alguma etapa proscrita
Difícil, sempre se mostrou
E nunca, jamais duvidamos
O que o tempo desafiou
Por homens, conquistamos!
Fazer as coisas acontecerem
Sem desculpa ou protelação
Pois vi muitos vencerem
Tantas lutas pela devoção
E assim se ver ladeado
Pelos brindes da vida
Que andam somente ao lado
De quem por agir, convida!
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