quarta-feira, 3 de abril de 2024

Julgando

A todo instante, a todo momento, somos julgados por ser quem somos. A cada segundo, estamos à mercê de avaliações de toda sorte, de todos tipos. Isso é comum e corriqueiro me nossas sociedades. Não deveria, mas é assim que ocorre. Os dedos convivem em riste ininterrupto, apontando tudo e todos, pra todo lado. Inclusive, em momentos que não estamos de vigília, fizemos também. Naqueles momentos em que baixamos a guarda na vigilância dos pensamentos, lá vamos nós para a vala comum dos julgadores. E esses julgamentos são implacáveis, são diretos e definitivos naqueles instantes. Têm o dom de decretar a verdade verdadeira do que imaginamos ser e ocorrer. Horrível, para dizer pouco sobre o caso. Os que mais julgam e sentenciam, são os que menos sabem e conhecem, tanto da vida quanto da pessoa que apontam. E é assim, invariavelmente. Pegam um momento, um recorte do tempo, uma passagem de vida ou uma ação e sentenciam de imediato, sem saber nada do antes e nem do depois. Em muitos casos, não sabem nem do durante, apenas pensam que sabem pelo que viram. Não se prestam nem a analisar se o ângulo, a forma ou o que viram é realmente o que entenderam. Paciência e espiritualização, é só o que resta para essas situações. E claro, uma boa dose de fé, para que um dia, Deus e seus feitores perdoem esse tipo de atitude. É brabo. É complicado. Mas é assim. Nada e nem ninguém está a salvo, muito menos livre das línguas afiadas e pensamentos obtusos sobre a vida de outrem. Coisas mundanas, dirão os mais elevados. Concordo, porém, nada pode nos fazer achar normal, certo ou legal conviver e viver ao lado de pessoas assim. Nos momentos que resvalamos nos maus pensamentos e atitudes, podemos também ter a humildade de reconhecer e voltar atrás, nos desculpar, primeiramente conosco mesmo, por ceder aos más influências, tanto de pensamentos como de comportamento, e depois com a pessoa, fato ou situação alvo. Exercício primário para podermos evoluir e ir adiante na escalada da vida, tentando ser melhores pessoas e entes sociais. Não estamos livres e não somos melhores que ninguém. Apenas tentamos ser melhores que nós mesmos, e dessa forma sermos melhores para os outros, para os que nos rodeiam e conosco convivem. Não sei se essa é a receita, e nem sei se existe receita, mas é a forma como vejo o caso. Única ressalva, é que há que se permitir entender que estamos julgando, não apenas “falando”, como muitos usam de desculpa para autodefesa. E, caso tenha acontecido entre eu e você, te peço imensas desculpas e sincero perdão pela atitude. Da mesma maneira que cuido e zelo para que jamais volte a fazer. Digo isso por saber e ter vivido situações onde não só fui julgado, como também fui sentenciado sem nem saber o porquê de tudo. Depois, passado tempo, fiquei sabendo e entendi que tudo se originou porque eu apenas fui e segui sendo eu mesmo, enquanto esperavam, idealizavam e projetavam outro. Bem complicado. Pior ainda por saber que jamais fiz ou desejei mal a alguém, jamais faltei, jamais fiz pouco, jamais deixei a desejar, jamais deixei de lutar, jamais deixei de batalhar. Sempre dei a cara à tapa e sempre assumi o que me tocou. Em alguns casos, até mais do que deveria. Jamais deixei “a peteca cair”. Fosse o que fosse, fosse no que fosse, eu estava ali, e sigo estando. Eu não fujo, eu não desisto, eu não paro e não abandono. Eu fui e sigo sendo forjado pela "templa" antiga. Com muita fé, amor de sobra, e trabalho árduo e incessante, tanto para prover quanto para lapidar a si mesmo e quem de nós depende. Aprendi a ser homem por inteiro, não só quando convém. E mesmo assim os julgamentos ocorrem. Como sempre digo, Deus tá vendo, e isso basta! A esses ávidos julgadores, peço apenas que o Pai Maior os ilumine, permitindo olharem para dentro de si. E se não for essa a sua vontade, que vocês ao menos possam orar por nós, para que possamos ser tão bons quanto vocês imaginam ser. E se caso nada disso for possível, seguimos. Em outra oportunidade, quem sabe, consigamos todos rever nossos comportamentos. Muita luz à todos!

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