domingo, 15 de junho de 2008

Calor no frio

Sentiu o frio bater no rosto e gelar as mãos, lembrou do que havia conversado com as amigas, enrolou-se no cachecol de lã, vestiu o casaco grosso e tomou o caminho de casa. Fez a janta, nada de especial, pois o momento a seguir já daria o tom mágico da noite.
Escutou o tilintar da campainha, tremeu de nervos, caminhou até lá tirando o avental e secando as mãos, abriu -a, dois braços tomaram conta de seu pescoço, lábios uniram-se num beijo. Era uma boa forma de dizer boa-noite, vim jantar contigo!
Ainda antes do jantar, enquanto dava os toques finais, escutou o ruído do liquido escorrendo para dentro da segunda taça, pois a garrafa já estava aberta , e a primeira servida tinha sido ótimo aperitivo. Juntamente ao ato de alcançar a taça, veio um encontro suave e gostoso de corpos, mais alguns beijos, uma fala sussurrada ao pé do ouvido, um respiro mais forte junto à orelha, e um estremecimento mútuo, até que um dos dois distanciou-se, mantendo a linha, lembrando que o jantar ainda estava por vir.
Acenderam as velas juntos, e enquanto um colocava uma música suave ao fundo, o outro ateava mais fogo à lareira. Sentaram-se, um em cada ponta da mesa, serviram-se pouco, pois o jantar já passara a terceiro plano, mesmo estando maravilhoso.
Com o término da refeição, mais algumas taças de vinho em frente ao fogo, mais algumas palavras de carinho, carícias de ambas as partes, foi o necessário pra esquecerem-se do mundo e entregarem-se um ao outro, sem restrições ou medos. O espesso tapete de lã crua serviu de ninho de amor durante várias horas, até que apagaram os dois, ali mesmo, um enlaçado no corpo do outro, sentindo o calor das próprias peles, até que o tímido raiar do sol de inverno os tirasse de seu sono.
Na despedida, olhares profundos, palavras comedidas, gestos carinhosos, e apenas uma certeza de ambas as partes: Acontecerá novamente!

2 comentários:

Anônimo disse...

Marcio

Anônimo disse...

Mto.lindo! Parabéns, bjos...
Rose