segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Bom retorno parceria!

Após o grenal 407 presenciei algumas situações, digamos, curiosas. Uma delas foi carreata. A outra foi o estardalhaço feito por alguns torcedores. Mas, acima dessas, a que mais me chama a atenção é o retorno dos torcedores gremistas ao planeta terra. A impressão que tenho é que entre a noite domingo e a manhã de segunda tivemos uma espécie de assalto interplanetário onde essa distinta torcida retornou para casa. Não no aspecto físico, de terem se escondido, ido embora ou algo assim. Falo do retorno da prepotência, da empáfia e da soberba gremista, essa acumulada ao longo dos tempos, desde a criação do bordão “imortal tricolor” (alguém sabe explicar o que seria um time mortal?) até quando tiveram cara de pau suficiente pra transformar um dos maiores fiascos de arbitragem da história do futebol mundial em “batalha dos aflitos”.
Pois ao final do jogo de domingo foi exatamente o que aconteceu. Muitos torcedores comemoravam uma vitória num grenal válido pelo campeonato brasileiro como se fosse um título mundial. Algo que a maioria desses torcedores não sabem como se comemora, pois nem tinham nascido quando o time deles foi campeão. E o jogo valia somente três pontos na tabela. Até porque, sempre que valeu algo mais, perderam! Entendam bem, não se trata de desmerecer a vitória, diminuir a goleada ou não reconhecer a superioridade da equipe apresentada na partida, não é nada disso. Muito pelo contrário. O time achou um treinador que trabalha sério e faz um “feijão com arroz” eficiente. Algo que não se vê na maioria dos clubes e profissionais do mercado. Aliás, o time do grêmio tem a cara, o jeito e o estilo de quando o treinador jogava: Simples e eficiente. Roger foi um dos melhores laterais esquerdos que vi atuar. O que faço no momento é constatar de forma pura e simples a profunda carência a que uma torcida está acometida.
Embevecidos de alegria, muitos bradavam: “O futebol está em ordem de novo! Quem manda voltou a vencer e quem nunca ganhou nada continua perdendo.” Tá precisando de tratamento amigo. Psiquiátrico, inclusive! Vejamos: esses insólitos que protagonizaram o fato têm menos de trinta anos de idade. Há no mínimo dez anos não veem a cor de uma taça, e como futebol se começa a entender por volta dos dez anos de idade, sobram no máximo dez anos para que tenham visto algo de bom protagonizado pelo time deles. Agora pergunto: Qual a lógica da afirmação de um indivíduo desses? Nenhuma! Isso é o exemplo de como as informações são passadas entre gerações. E é nesse ponto que me refiro: Ao longo das últimas décadas o próprio clube se encarregou de soterrar os resquícios de prepotência, soberba e empáfia que boa parte da torcida gremista carregava quando simplesmente parou de disputar títulos. Não me refiro a campeonatos, e sim títulos. O último que disputaram foi da Libertadores e tomaram uma das maiores goleadas da história da própria Libertadores. Essa não conseguiram criar uma roupagem de gabarito e ficou como fiasco mesmo...
Só que os mais antigos, por assim dizer, vão incutindo na cabeça dos jovens essas ideias retrógadas e nefastas de que são superiores, de que são melhores, e por aí vai... Sim, ideias, pois não há títulos no horizonte das crianças para ser usado como exemplo palpável. É exatamente desse comportamento que surgem as rixas, discussões sem respeito e provocações infundadas que culminam em violência e pancadaria. Futebol é um esporte, e antes de qualquer outra coisa, o que aprendemos com o esporte é o respeito, a disciplina e o companheirismo. Eu venho de uma família de gremistas, e aprendi desde sempre que embora a rivalidade mexa forte com nossos sentimentos, não pode ser confundida com inimizade e é preciso respeitar antes de mais nada e acima de qualquer outra coisa. A flauta e a gozação fazem parte, é claro. E é algo salutar e divertido. Assistimos inúmeros grenais e outros jogos envolvendo uma das duas equipes juntos, entre amigos, familiares e parceiros e nunca foi necessário discutir ou brigar com alguém. Até porque futebol meus amigos, não traz nada de mais pra ninguém. No circo do futebol somos todos palhaços, sem exceções. E é assim que somos vistos por empresários, dirigentes, treinadores e jogadores. Meros bobos que aplaudem tudo que eles fazem ou deixam de fazer. Obviamente, no discurso o torcedor é a joia mais rara do futebol. Aham, sei! Aqueles que levam seu dia a dia deixando o resultado de seu time do coração ditar seu humor, me desculpem, mas são mais que palhaços. Quem pensa ao contrário me diga: Qual o ganho que já obteve por ser torcedor de A ou B? Nenhum. Times de futebol são como sanguessugas. Somente tiram de nós torcedores se aproveitando de nosso sentimento, mais nada.
Mas, voltando ao assunto inicial, parabéns gremistas, saudamos com alegria seu retorno, assim as conversas sobre futebol voltam a ter mais graça, obtendo olhares diversos daqueles que estávamos acostumados nos últimos decênios. Se alguém acha que estou exagerando, transcrevo na íntegra um pedido feito por um dos gremistas mais fanáticos e chatos que conheço, há pouco tempo: “Tu podia escrever algo sobre a inexistência de rivalidade no RS, pois não tem mais nem graça, o grêmio sempre perde. Não dá nem vontade de assistir...” Pra ver em que pé a coisa anda! Esperamos que voltem a vencer e inflar o peito, pois bater em cadáver é sem graça! E podem meter corneta à vontade, pois faz tanto tempo que já estamos esquecendo como é! hehehe

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