quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Comunicar é uma arte para poucos!

Bem, vamos lá. Vou tentar organizar os pensamentos e dominar a emotividade para explicar o que se sente e todo o filme que se passa na retina quando nossos sentimentos mais ternos são mexidos de forma forte e profunda.
Assisti um vídeo repassado por minha esposa falando sobre o fato de ser pai. Vídeo simples, normal. Porém, o assunto tratado e a forma como foi colocado faz toda diferença. A favor, claro!
Marcos Piangers, comunicador descolado e inteligente, autor de um livro muito legal, consegue expressar de forma bem humorada sua opinião sobre o fato de ser pai hoje em dia e sobre as mudanças que houveram nas relações pai-filho x filho-pai no passar de algumas décadas. Esse vídeo me fez pensar, lembrar e repensar muitas coisas em poucos minutos. Como diria meu amigo Pêga, foi uma avalanche de emoções!
Me vi muito, tanto como filho como quanto pai. Como se fosse névoa, meu pensamento tornou-se lembrança e me levou de volta no tempo, apontando minhas lembranças de filho. Brotou instantaneamente cenas de infância e adolescência, quando na companhia do pai, da mãe, e algumas vezes de mais algumas pessoas que foram e são referências até hoje, vivi momentos marcantes.
Aqueles momentos simples, singelos, cotidianos até, mas que vão nos moldando com o passar do tempo. É a esses que atenho minha gratidão. Não que os outros não tenham sido importantes, porém esses especificamente se tornaram as imagens vividas dos valores e que carregamos atualmente. É aquele gesto observado, aquela mão estendida, aquele prato de comida quentinha servida na mesa, o chimarrão compartilhado em silêncio, as conversas de fim de tarde. Enfim, tudo trivial, tudo normal, porém com a marca inconteste do amor.
Também, ao mesmo tempo, passou na retina esses mesmos momentos vivenciados com meus filhos. E assim, como a brisa que enruga a pálpebra buscando manter a visão, transcorreu um filme na memória, lembranças ternas de momentos únicos. Ouvir o primeiro “papai”, auxiliar nos primeiros passos, estar envolvido com os primeiros gestos, ser parte das brincadeiras, contar histórias para dormir, embalar seus sonhos, pegar no colo, fazer muita bagunça... tanta coisa, tanta lembrança boa que nem parecem ser apenas três anos e meio.
Pois é exatamente disso que a alma se alimenta, o coração se fortalece e a mente usa de combustível. AMOR! É esse sentimento puro, profundo e visceral que nos move rumo ao futuro com a certeza de querer mais e a vontade de continuar. E ele é alimentado por esses momentos, por esses simples, singelos e triviais momentos, que se transformam em lembranças ternas das quais jamais queremos nos distanciar.
Levamos incrustrados em nosso ser muito do que aprendemos enquanto crianças e jovens. Felizes dos que se apossam desse aprendizado velado, empírico, para colocá-lo em prática no seu dia-a-dia, moldando seu jeito de ser. Dessa forma podemos, embora não seja nada fácil, tentar ser melhores do que foram conosco, visto termos condições para tanto. E, se conseguirmos, acabaremos também por proporcionar que os que vem depois se façam melhores que nós. Isso é fazer parte e tomar parte da evolução. É protagonizar a história, por mais simples que ela possa parecer aos olhos de desconhecidos. Valores como educação, respeito, humildade, hombridade, honestidade e sinceridade não se compram em bolicho. Nos são passados por quem veio antes e cultivados dentro de nós, para serem passados adiante aos que vêm depois. Assim se moldam cidadãos, profissionais, colegas, companheiros, parceiros, amigos. E o maior aprendizado disso tudo se dá através de gestos e atos. As atitudes revelam os homens, demonstram quem e o que somos.
E, o melhor de tudo, é saber que temos uma oportunidade ímpar em relação a isso. Podemos continuar vivenciando-os! Estamos aqui, agora. Eu, você, eles, todos nós. Basta olhar pro lado e ver, viver. Não é à toa que o agora se chama presente! E, como presente recebemos essas atitudes e gestos, de presente os daremos também, para que a memória de todos seja inundada de boas lembranças, de ontem, de hoje, de amanhã...

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