quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Caronas inusitadas

Olho para o celular, como de costume nos últimos tempos, pois tem sido minha rotina de viver a solitude. Percebo uma mensagem no direct. Fico um tanto curioso e um tanto surpreso, pois não é algo corriqueiro de se acontecer. Leio, releio, entendo, me intero do assunto e respondo. Pessoa quer ir à terreira. Missão de quem desenvolve a espiritualidade. Levo com o maior prazer e alegria. É uma honra ser lembrado e contatado para tanto. Carona acertada, horário marcado. Local agendado. Cumpro o prometido. Com pontualidade britânica (ou quase), chego ao ponto determinado. A pessoa é um charme só, além de ser uma excelente companhia (e uma mulher linda no seu todo, não só na aparência). Confesso que estava apreensivo em relação a situação, porém, não sou de “me achicar” para os fatos. A viagem de ida transcorre tão tranquilamente que nem percebemos o tempo passar, dado ao papo aberto, sincero e transparente. Chegamos. Nossa primeira parada é na casa dos meus pais. Preciso trocar as vestimentas, devido ao trabalho ser diferenciado, pois é entrega de ano. Ela se desmancha em explicações e desculpas por ter chamado, por ter pedido carona e tal. Eu só tenho vontade de rir da situação, pois para nós, médiuns, isso é algo normal. Mas entendo ela. Pessoa séria, de índole, família e valores. Tem filhas, é trabalhadora e responsável. Está se sentindo desconfortável pelo inusitado da situação. O calor é insuportável. Mesmo com a noite chegando, a temperatura está acima dos 35º. Não há maneira de parar de suar, não há maneira de se refrescar. Devidamente uniformizados, como sempre, vamos a terreira. Lá, a situação piora, pois há velas acesas, e uma crescente aglomeração de pessoas. O calor nos consome, nos abraça. Faz parte. Cerimônia de entrega de ano é assim. Após destilar horrores de água pelos poros, suar em bicas com os trabalhos das entidades, cerimônia finalizada com sucesso e beirando a perfeição. Sensação de paz, alívio e serenidade pelo dever cumprido. Retornamos ao parador, para que eu possa novamente trocar as vestimentas, depois de uma justo e revigorador banho. Numa upa, iniciamos a viagem de retorno. Mais uma vez, a conversa flui ao natural, o papo segue sendo intenso, e os assuntos são em comum, facilitando a troca de informações e opiniões. A pessoa é extremamente agradável. É parceira e companheira. Como disse, é um prazer, uma alegria e uma satisfação poder contar com alguém para dividir o tempo dessas idas e vindas, pois sempre faço isso sozinho. E invariavelmente sou tomado pelo tédio. Principalmente nos retornos. A companhia dela me deu um motivo para colocar um sorriso sincero no rosto. Nem lembro (que feio!) se já lhe agradeci. Se não, muito obrigado! De coração! Espero que possamos dividir o trajeto e o espaço mais vezes em outras oportunidades. Será sempre muito bem vinda! Pessoas de alma limpa e coração verdadeiro sempre nos fazem bem, mesmo não estando em suas melhores fases. E claro, conte comigo sempre que quiser ou precisar. Sabe onde e como me encontrar. Só chamar lindona!

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