Nos mais vazios dias vividos
Estoura o peito a ausência
Pra quem tem na essência
Sentimentos bem resolvidos
Mão do tempo, espalmando
Gesto simples a questionar
Parecendo mesmo se preocupar
Que fazes, solito, andando?
Deveria saber ele, de tudo
Entender as simples escolhas
Assim como quedam as folhas
O destino, golpeia topetudo
A cada mate bem sorvido
Aventa ideias de esvoaçar
Emalar poncho, gauderiar
Mas há compromisso assumido
Ganhar léguas, estradear
Vai ficando pra mais adiante
Embora ninguém garante
Que adiante, cá vamos estar
Nos resta hoje, aqui e agora
Para viver, ser, sentir, estar
Tocando, tenteando onde rumar
Sabendo como se revigora
É a vida, sem nenhum rascunho
Cobrando mansamente o legado
De quem já chegou destinado
A viver da força do próprio punho
E assim sucedem nossos dias
Buscando conforto na solitude
Entendo a vida e sua face rude
Pra quem se nega à covardia
Mais dura se torna a rotina
Mais forte o açoite arde
Do descansar sem alarde
De uma consciência tranquila
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