quinta-feira, 14 de março de 2024

Descanso tranquilo

Nos mais vazios dias vividos

Estoura o peito a ausência

Pra quem tem na essência

Sentimentos bem resolvidos

 

Mão do tempo, espalmando

Gesto simples a questionar

Parecendo mesmo se preocupar

Que fazes, solito, andando?

 

Deveria saber ele, de tudo

Entender as simples escolhas

Assim como quedam as folhas

O destino, golpeia topetudo

 

A cada mate bem sorvido

Aventa ideias de esvoaçar

Emalar poncho, gauderiar

Mas há compromisso assumido

 

Ganhar léguas, estradear

Vai ficando pra mais adiante

Embora ninguém garante

Que adiante, cá vamos estar

 

Nos resta hoje, aqui e agora

Para viver, ser, sentir, estar

Tocando, tenteando onde rumar

Sabendo como se revigora

 

É a vida, sem nenhum rascunho

Cobrando mansamente o legado

De quem já chegou destinado

A viver da força do próprio punho

 

E assim sucedem nossos dias

Buscando conforto na solitude

Entendo a vida e sua face rude

Pra quem se nega à covardia

 

Mais dura se torna a rotina

Mais forte o açoite arde

Do descansar sem alarde

De uma consciência tranquila

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