Conta o guerreiro que foram momentos
de vida que beiram a perfeição, chegando a ser mágicos e carregam consigo o
poder de se transformar em memórias ternas e tenras, que se fixam na mente e
retornam a retina num simples piscar de olhos. São os momentos que partilhou
acompanhado da pessoa que mais quer, daquela pela qual ansiou tempos e pretende
manter junto a si por toda existência e eternidade. E se materializou frente ao
tempo justamente ali. Tudo que sonhou, tudo que quis. Realização. Presente dos
céus, entendeu. E sim, a resposta dele é sim. Exatamente isso. Presente e
realização. O porém existente é que esse momento surreal e incontestável se fez
dicotômico. O levou, por força do momento e da situação que envolve, a lhe
trair. Exato. Trair a si mesmo. Pela afã do momento, pela possibilidade que se
apresentou, deixar de cumprir um objetivo maior, de tino pra vida. De início de
caminhada. De apresentação de uma verdade sincera para quem tanto precisa. Como
protetor tácito, guardião sincero e zelador dos sentimentos profundos e verdadeiros
de seu mais antigo e primordial amor, jamais, em momento algum, poderia ceder
aos próprios caprichos. Por maior e mais forte que fosse o desejo, a provocação.
E por mais que tudo propiciasse essa cedência, sucumbir traz suas consequências.
Obvia e invariavelmente, estas tendem a não ser as mais positivas possíveis.
Falhou o guerreiro. Não cumpriu sua missão. Frente a um momento concreto de
tentação, cedeu. Levado pelo seu sentimento de amor profundo, pela sua natureza
de macho alfa, se deixou ludibriar pelas forças baixas que rondam fortemente e a
todo instante seu amor e os que lhe rodeiam. Inconcebível para quem é sabedor
de tudo que realmente sabe. Sentiu pela intuição. Visualizou na profundidade
dos lindos olhos somente quando já era tarde. Teve que sentir o ardor da
palavra lhe cortar a carne para se dar conta. E era tarde. Sua mente reverbera:
Que fez guerreiro? Como pode deixar essas forças baixas passarem
imperceptíveis? Mais que isso, como não se atinar do que estava ocorrendo?
Inaceitável para si mesmo. Se abala ao analisar o fato. Sofre fortemente o
guerreiro. Todos que batalham sofrem. Porém, por amor a dor é diferente. É profunda.
Arde, lateja e esfola ao mesmo tempo. Ele sofre quieto, como lhe cabe sempre. Sente
toda a dor que isso traz, recolhe as fortes e doloridas pancadas que as
palavras lhe proferem, e se resigna. Vê, a olhos nus, as feridas sangrarem o já
combalido coração, se ressente, e silencia. Sabe que remoer, debater, explanar
pouco ou nada adianta. Se penitencia frente ao poder maior e suplica, em
oração, que possa vir a ter oportunidade de reescrever as situações, pois sabe,
que sua altivez e retidão moral não lhe permitirão errar duas vezes o mesmo
erro. Jamais! Isso é burrice. É insensatez. Tem dentro de si a certeza que a
dor ensina. A dor é mestre. Machuca, incomoda, mas deixa aprendizados que se
perpetuam. Lição mais que aprendida. Embora desnecessária nesse momento da
vida. Mas... também é sabedor que as baixas vibrações agem sorrateiramente, sem
escrúpulos. Usam inclusive, as janelas do mais nobre sentimento para alcançarem
seu intento. Estar alerta nesses momentos é o que se deve fazer. E sim, deixar
de amar não é o caminho. Apenas cumprir as missões primeiro, deleitar-se
depois. É a forma, é o caminho. E assim ter a bênção das entidades de luz nesses
momentos, tornando-os ainda mais especiais, ainda mais valiosos, e através
disso, perpetuá-los junto a existência! Levantar e seguir com as armas em
punhos é o que precisa e deve fazer. E sabe disso! Avante guerreiro! Precisam
da tua luta, precisam da tua proteção, do teu zelo, do teu cuidado e auxílio no
caminho!
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