segunda-feira, 27 de abril de 2020

Sobrevida

Então. Foi tudo ótimo. Os momentos se passaram de forma tranquila e serena. As atividades se desenvolveram na forma e jeito costumeiros, contornando os percalços conforme estes apareciam. Resumindo rapidamente, foi tudo ótimo! Inclusive os acirramentos de ânimos se dissiparam. Sinal de maturidade erigida ao longo das vivências individuais, ensinamentos e aprendizados delas colhidos. Ou talvez, amansados pela saudade definida pelas memórias e relembranças que voltam à retina toda vez que o sentimento de longitude se faz presente, trazendo o gosto amargo que o tempo e sua celeridade indelével teima em nos marcar fortemente os campos afetivos. Fato é, que, se o tempo passou e dele tiramos boas lições, enquanto eternos aprendizes da vida, não foram momentos vãos. E é disso que alimentamos alma, espírito e intelecto. Aprendizado, evolução, ensinamentos colhidos. Sempre há o que aprender, e mesmo que não se pretenda, é possível também ensinar. Pelo exemplo, pela atitude, pela ação. Aliás, sou um entusiasta convicto da ação. Somos o que fazemos, não o que dizemos. Nada adianta discurso se não há prática. Se os dois se completarem e complementarem, ótimo, senão, o discurso é vazio e perde o efeito rapidamente. E nesse ponto, o agro e seus atores são mestres. Ali, “a coisa” anda! Não tem espaço e nem tempo para preguiça ou devaneios improdutivos. Tem que fazer, tem que dar jeito e tem que ser já! Simples assim. Gratidão define essa pequena vivência. Pelo dinamismo, pela celeridade calculada e sua imposição nos momentos mais tensos. Afora os intensos, embora curtos, momentos de lazer que trazem o doce gosto de reminiscência. Sabores e relembranças de infância e juventude. Muito bom! Fantástico, eu diria! E claro, como nunca tudo são flores, mas depende de cada um (atitudes, lembram?) optar pela forma de como lidar com os momentos, sobrou uma última lição no apagar das luzes. De imediato, fiquei com aquele sentimento do “e agora”? Terminei o caminho de volta remoendo os pensamentos, buscando um contorno plausível para o fato. Confesso, me pareceu que impactou mais forte em mim que no dono. Mas, impressões são impressões, e quando não bem avaliadas nos induzem a erros. Alguns crassos, inclusive. Pois bem, diante de tantos exemplos vivenciados, não me restava outra alternativa que não agir, mesmo não tendo nem o cacoete, quiçá talento para o trabalho. Enfim, mesmo com todas as limitações, tá refeito! Obviamente, não é igual ao que era, nem original, apenas segue em condição de uso por mais um bom tempo. Uma “sobrevida” para o artefato, como diria o gaúcho.

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