sexta-feira, 5 de junho de 2020

O povo e suas vozes

As vozes do povo. As inúmeras e incontáveis falas que por décadas foram mudas pelos aparatos governamentais, que se sucederam por tempos, hoje estão ativas. Fortalecidas pela facilidade de exposição de opiniões e pensamentos. O aparato governamental tenta se fazer de surdo à elas. Não consegue por completo. Dentro desse próprio aparato, alguém se sensibiliza. Alguém se incomoda. Alguém “ouve”. Nada que faça com que o que se intenciona seja alcançado à pleno, pois no caminho as fuinhas e ratazanas, quando não destroçam, deformam “o queijo”. Foram ensinados ao longo dos tempos a agir assim. Hoje entendem ser de sua natureza e já não sentem vergonha alguma de seus pútridos atos. O pior disso é que nós não só permitimos como proporcionamos que essas fuinhas e ratazanas estejam e permaneçam lá, enfim... Consciência de cada um, de cada uma. Ou consequência da falta dela. Voltemos às vozes. As massas, como são compreendidas as grandes parcelas populacionais pela mídia, intelectuais e políticos, hoje se manifestam e geram “ecos”, embora fugazes na sua maioria. Esses “ecos” incomodam os “intocáveis” e inclassificáveis habitantes do panteão brasileiro. Alguns se deram conta e saíram na frente. Estão utilizando as mídias a seu favor. Ou ao menos tentando. Quem tem passado desabonador, dificilmente voltará a ter o nível de prestígio que contava. E são as próprias mídias que irão ou estão dificultando. Por mídia, entenda-se aquelas onde o povo se comunica, debate. Não as prontas, onde manipulam e “jogam” com os fatos e acontecimentos a fim de dar roupagem de acordo, buscando favorecimento de seus discursos, seja ele qual for. Essas vozes, com seus manifestos, estão expondo, criando, desnudando muitas coisas que não favorecem as práticas arraigadas das elites dominantes. E isso incomoda sobremaneira. Há um dito popularizado que comenta que, a perda de status e poder gera um pânico e uma dor tão intensa quanto a perda de um ente querido. Por isso se vê alguns detentores de altas posições tomarem algumas decisões e terem algumas ações ridículas. E serem hipócritas ao extremos ao tentarem justificá-las. Esse é o maior ganho e legado que as vozes possuem ao serem dotadas de som de maior alcance como agora. Doutrinarem “os agentes do povo” para o bem do povo e não o seu próprio bem. Embora concordemos todos que algumas vozes mereciam permanecer mudas. No entanto, vamos nos ater a saudar as que fazem bom uso do som. Essas sempre merecem reverência.

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