domingo, 3 de maio de 2020

Cura de luxo

E veio a tropa num upa
Levantando a polvadeira
Deixando o rastro fresco
De casco partido e ressequido
Que a chuva por escassa
Endura, requebra e “desbeiça”
A soiteira estoura no vazio
Empurrando forte a culatra
Mantém a tropa coesa
Sem refugo ou reponte
As porteiras se fecham
Evitando retorno e desmonte
E a braba que sempre arremete
Vem no seio do corpo parelho
Não fica pra outra cruzada
Vem junto nessa pegada
Atende aos gritos e estouros
E nem ameaça se desgarrar
A aspa quebrada no palanque
Agora tem trato bueno e rechego
Sai bicho, bicheira e atraso
Entra cuidado e progressão
No santo altar da mangueira
A reza acontece, mesmo braba
Com toda perícia e conhecimento
Pois essa humilde e sagrada cura
Alimenta abundosa e fartamente
Toda essa nossa nação!
E assim se seguem os dias
Repetindo a mesma toada
Vem as terneiras, sai a vacada
É proteína criada no luxo
Do nosso interior produtivo
Que traz por vocação e chamado
Manter um país ajustado
Enquanto a “locaiada” peleia
Pra definir no jogo falado
Quem primeiro nos faqueia!


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