terça-feira, 26 de maio de 2020

Quinquilharias

Quem não tem algumas guardadas? Quem de nós não juntou, ao longo da jornada, várias e várias pequenas ou nem tão pequenas coisas, dessas que guardamos para “um dia utilizar”, ou “pode ter utilidade”. A clássica “quem guarda o que não precisa, sempre tem o que precisa”. Essa é a mais estapafúrdia, confesso. E foi a que mais escutei. Fato é, que não existe casa onde não se tenha uma infinidade de quinquilharias. Algumas de forma mais organizada, com tudo guardado e encaixotado. Outras com as coisas mais espalhadas, sem muita “catalogação”. E outras numa tremenda bagunça mesmo. Bagunça organizada e organização bagunçada também estão dentro dessa última classificação. Essas peças, utensílios e afins têm, na verdade, sua maior função em nos lembrar de alguma passagem ou momento pregresso. Bons e significativos momentos, obviamente. Ninguém vai guardar algo que venha lhe trazer lembranças ruins, salvo situações hilárias, às quais, com o tempo, também passam a ser boas lembranças, pois o andar do tempo lhes transformou, lhe trouxe leveza e o entendimento que o momento vivenciado teve outro olhar, outra conotação. Alguns, inclusive, trazem memórias de pessoas que nem estão mais conosco, mas deixaram essas lembranças para se eternizarem em nossos meios. O mais interessante desses “itens memoráveis”, é que eles são vistos ou buscados muito esporadicamente, e na maioria das vezes, por um desses três motivos: 1 – Mudança. Seja de casa, de layout, de decoração ou outro qualquer. 2 – Reforma: De casa, de cômodos, de móveis. 3 – Procura: De documentos ou qualquer outra coisa que não se usa ou se vê em circulação há tempos pela casa. Dificilmente se escapa dessa trilogia. Analise se em alguns momentos, você já não esteve “futricando” pela casa, até que se depara com um desses. De imediato interrompe o que estava fazendo para vir com o artefato nas mãos, chamando por alguém e já dando “o parecer” sobre a situação, “a época” e tal. Corriqueiro e normal. Ou somente normal, já que corriqueiro fica contradizente com as vezes espaçadas que vivenciamos. Digamos que é normal e acontece em todos os lares. O mais interessante destes é quando estamos arrumando ou organizando um lugar que ainda não temos uma grande familiaridade, e surge um “elemento” desconhecido. Chamamos alguém para nos dar um parecer, esse alguém sabe tanto quanto nós a respeito. E assim vai se sucedendo, até que se vê que ninguém do recinto sabe da origem ou da utilidade do dito. Ainda bem que hoje em dia temos a internet para nos auxiliar nessas descobertas. E melhor ainda é que essas, definitivamente, não são situações comuns. Pois ter algo em casa e um dos habitantes não saber o que é ou pra que serve, tudo bem. Todos não saberem, fica xarope. A impressão não é das melhores e cheira a “algo estranho no ninho”. Pra dizer pouco. E fica todo mundo desconfiado. Sorte que os ditos são, em sua maioria, velhos, antigos e defasados, senão... Já viu... Hahahaha

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