sábado, 2 de maio de 2020

Fazendo pátria

Ao fundo um mugido
Anuncia a pegada do dia
A tropa vem pelo corredor
Levanta o pó da mangueira
Redemunha, renegada
E por fim, se para
A peonada rechega no más
Assovios, estouros e gritos
Aparta e empurra pro serviço
Canta o portão, ringe a roldana
Tilinta o guiso, ronca a catraca
Tá pego! Um atrás do outro
Agulha fura o couro num upa
Empurra saúde pela carne
A faca afiada embeleza
Emparelhando a vassoura da cola
Brinco pra marcar lote
Pesagem pro controle
O fio do lombo carrega
O repelente do mosquedo
Bate portão, “froxa” a tesoura
Machos p’rum lado, fêmeas pro outro
Aparte do lote é tradição
Evita muito retoço
E resguarda a invernada
O andaime liso e batido
De tantas e tantas lidas
Ladeia o brete, sovado
A sala de trabalho comprova
A pecuária dando vida
À tradição do pago
Fica no chão o testemunho
Que desde muito tempo
Tem gaúcho no mundo
Fazendo pátria com tudo!

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