sábado, 9 de maio de 2020

Máscaras

Sempre fui um adepto convicto de jamais usar máscaras, nem em baile. Talvez pela criação, talvez pela vivência, talvez por ambas. Sempre tive a ideia fixa de que máscaras servem apenas para atenuar um fato, burlar uma regra de convívio, esconder algo, deixar de demonstrar uma faceta, entre outros atributos. Claro que, há casos e casos. Não vamos entender tudo com extremismo. Máscaras de festas infantis, com intuito real de diversão, por exemplo, ficam fora desse contexto. Aqui, me refiro muito mais às máscaras “invisíveis” que tanto presenciamos em nossas sociedades. Àquelas utilizadas por diversos atores sociais, em diversos locais e diversas situações, a fim de tapearem ou dissimularem suas reais intenções. Estas máscaras, jamais devem ou podem ser aceitas. No contexto atual, o fato é que estamos tendo que usar máscaras. Para preservação da saúde. Tanto a nossa quanto a do outro. Um gesto empático e altivo. Lindo, não fosse a obrigatoriedade legal, que tornou imperioso o uso. Salvo aquela parcela da população que por ter alto nível de conscientização e educação social já utilizava anterior à obrigatoriedade, estamos, todos (sim, eu também), usando para cumprir uma determinação. E assim sendo, nosso gesto, embora sadio e eficaz, se faz menor, nos tira o brilho e nos coloca numa espécie de “limbo”, para dizer o mínimo. Estamos dentre aqueles que proferem o chavão “uso pra não me complicar”, ao invés dos ovacionáveis “uso para proteção”. Complicado né meu povo? Enfim, é isto. Entender para aprender, já dizia o sábio. Diante dessa situação, as máscaras, que sempre apresentaram a necessidade de serem tiradas, precisam ser colocadas, utilizadas, usadas, higienizadas, reaproveitadas! Sem dó e nem piedade. Sem moderação, para continuar nos chavões em voga. A ressalva de que queremos continuar tendo as orelhas em perfeito estado também é válida, já que tem certos modelos que deixam a pessoa “cabana”, de tão forte ou tão curto que é o elástico que sustenta o artefato. Finalizando, temos as ações louváveis e dignas de divulgação. Principalmente duas: A primeira, a criatividade da nossa gente. Tem aparecido e sido feito um sem fim de modelos, estampas, cores e formatos delas. Alguns surpreendentes, inclusive. Parabéns à todos que se empenham e demonstram sua capacidade através da criação. Vocês são diferenciados. A segunda ação, são as doações feitas. Inúmeras. De empresas, de companhias, de clubes de serviço, de associações, agremiações. E também de pessoas físicas, algumas inclusive com limitações financeiras, que doam seu tempo e seu trabalho manual para confecção de máscaras. Parabéns pessoal! Vocês são, involuntariamente, responsáveis por mantermos acesa a chama da esperança na humanidade. À todos, obrigado pelas máscaras protetivas! Estas reais são de grande proveito e utilidade. As outras, seguimos aprendendo a identificar, a fim de derrubar com classe, as imaginárias, que insistem em permanecer coladas às faces dos que as alimentam e sustentam. Continuaremos usando somente as reais, obviamente!

1 comentários:

Unknown disse...

Verdade,MARCELO!
USEMOS SOMENTE AS REAIS...